Mãe Maria de Xangô recebe homenagem em Duque de Caxias - Divulgação
Mãe Maria de Xangô recebe homenagem em Duque de CaxiasDivulgação
Por O Dia

Duque de Caxias - Uma das mais reconhecidas mães de santo da Baixada Fluminense, Mãe Maria de Xangô, recebeu a medalha Zumbi dos Palmares, na Câmara de Vereadores de Duque de Caxias. A homenagem é a mais alta honraria da casa e é concedida para quem de alguma forma contribui na conscientização e na formação da identidade negra do povo brasileiro.

A ialorixá é a líder da Nação Efon em todo o território brasileiro - Divulgação

Atualmente, aos 65 anos de santo, Mãe Maria de Xangô desempenha um importante papel como líder da Nação Efon no Brasil, não só por ocupar o cargo de Iyalorixá da Matriz da Nação em todo o território brasileiro, mas por carregar a responsabilidade de representar a Nação Efon no Brasil. Além disso, por conseguir colocar em atividade diversos aspectos culturais da etnia Efon, transmitindo o legado deixado pelos ancestrais desta Nação.

"Eu ia ser mãe de orixá. Nasci na Nação Efon, tudo era pro orixá, aprendi a zelar pelo orixá, e tudo era importante", diz.

Cerimônia ocorreu na Câmara de Vereadores de Caxias na última segunda-feira, 15 - Divulgação

Biografia

Maria José Lopes dos Anjos nasceu no dia 26 de fevereiro de 1948 em Salvador, mas foi registrada em Duque de Caxias. É neta sanguínea e filha de santo do Babalorixá Cristóvão de Ogun e filha sanguínea da Iya Lindinha de Iansã. Foi iniciada para o orixá Xangô aos seis anos de idade, tendo como segundo orixá Oxum:

"É ela quem me governa e domina toda a minha vida", garante Mãe Maria.

Aos 14 anos, recebeu o cargo de Herdeira do Asè Oloroke Pantanal, no bairro caxiense de mesmo nome. Para ela, assumir o posto de Yalorixà do Asè Oloroke Pantanal, aos 37 anos de idade, foi uma enorme satisfação e responsabilidade.

Lei Municipal garante reconhecimento para povos de matriz africana em Duque de Caxias - Divulgação

Lei Municipal

A entrega da medalha Zumbi dos Palmares para Mãe Maria de Xangô destaca o fortalecimento da lei municipal 2.926/2018 que reconhece as formas de organização de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africanas (de origem Yorùbá; Ewe-Fon; Bantu/Angola; e outros) existentes em Duque de Caxias. De acordo com o decreto assinado pelo prefeito Washington Reis em novembro do ano passado, compete à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo registrar as Unidades Territoriais dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, bem como salvaguardar o Patrimônio Imaterial e Material, Cultural e Civilizatório dos povos existentes em Caxias.

São considerados como Unidades Territoriais dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana os espaços necessários à reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, sendo a base da organização e da identidade dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, conforme Anexo Único desta Lei.

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