Por felipe.martins

Rio - Festa e Rio se confundem. São sinonímias. Singre sua imaginação pelos mares da Guanabara e a imponência rochosa do Pão de Açúcar, no 1º de março de 1565, com a receptividade festiva da fauna e da flora ao jovem militar Estácio de Sá.

Capture a admiração dos viajantes, ao longo dos séculos, com o inigualável quadro natural e nele o esmero na silhueta das montanhas, reentrâncias do litoral e mosaico de cores das florestas. Surja observador das grandes obras empreendidas pelo homem no retoque ao mais que perfeito. Nesta ciranda, caminhe sobre mangues, pântanos, mares e morros. Na verdade, atalhos são sobre ruas, parques e esplanadas evidenciando o triunfo do homem em odisseia para a (re)conquista deste éden batizado de São Sebastião do Rio de Janeiro.

Siga os rumos da República positivista preocupada com a ordem e o progresso na Capital Federal. O regime chegou arrasador extirpando traços e marcas do Rio, cidade portuguesa, com certeza. Mas não logrou êxito em toda a sua plenitude. Há logradouros remanescentes de outrora, plenos de belos sobrados com seus gradis de ferro, sacadinhas, portas janelas e cantarias.

Neste Rio repleto de diversas temporalidades, eleve, atento, suas lentes sobre trechos da Paris nos Trópicos ou, depois de descortinar o seu passado, vislumbre prédios de diversos pavimentos repetindo a praticidade do modernismo das cidades americanas. Erga seu olhar sobre as novas towers, espelhadas e desafiadoras frutos de desconcertantes engenharias ou arquiteturas.

Vibre com a criatividade nas comunidades e na periferia nas construções e puxadinhos, se esgueirando nas encostas dos morros desafiando as leis da física. Neste esplêndido repertório, no Rio, cidade dos cruzamentos, todos se encontram. Comungue com sua gente cordial, amigável, assim classificada em pesquisas internacionais científicas e turísticas. Nestes pulsares cante e dance com o povo na cidade, possivelmente, a mais cantada e decantada por poetas e compositores.

A cidade é festa no Réveillon, no Carnaval, no dia a dia e no mosaico de cores dos céus e terras e até mesmo em torno dos seus santos. No Rio, ateus são devotos e saúdam São Jorge. Salve Jorge! Como o Cristo no Corcovado, abrace esta cidade e sua gente.

João Baptista F. de Mello é Coord. dos Rot. Geográficos do Rio da Uerj

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