Rio - Os aficionados no Pokémon Go, a nova febre que mistura jogo virtual e realidade, têm outro desafio que não só o de caçar os ‘monstrinhos’. Quem já não consegue ficar sem a brincadeira deve redobrar a atenção no ambiente de trabalho. Isso porque a prática em momentos inadequados pode provocar problemas com o empregador, resultando até mesmo em demissão por justa causa.
O Pokémon Go é um jogo de realidade aumentada para smartphones, que usa o GPS do usuário. Para jogar, o internauta anda pelo mundo real caçando os pequenos monstros virtuais lançados pela Nintendo nos anos 1990.
A princípio, o Pokémon Go pode parecer só um jogo. Mas a novidade deixa seus adeptos dispersos e aí é que mora o perigo. Quem, por exemplo, ‘caçar’ pokémons no ambiente de trabalho fica exposto a um dos motivos para a demissão sem justa causa da CLT: desídia no desempenho das respectivas funções (Art. 484, alínea e).
"Esse fato por si só não é o motivo pela demissão, e sim para advertência do funcionário”, avalia o presidente da Comissão da Justiça do Trabalho da OAB/RJ, Marcus Vinicius Cordeiro. O advogado, no entanto, ressalta que a falta de bom senso e a displicência com o trabalho podem provocar a dispensa.
“Deixar de fazer uma tarefa e de interagir com colegas pode levar a um comportamento inadequado e o empregador pode até dosar uma dispensa por justa causa aliada a outras questões”, avalia.
Especialista: uso de celular desvia o foco das funções
Especialista em Carreiras e professora do Ibmec-RJ, Janaína Ferreira faz um alerta: o uso do celular no ambiente de trabalho pode desviar o foco e tirar a concentração. “Isso acontece tanto com as redes sociais quanto aplicativos ou jogos. O Pokémon Go, em específico, é um jogo que exige bastante atenção e isso faz com que nossos sentidos sejam ‘roubados’, o que é um perigo não só no ambiente de trabalho”, explica a especialista.
Para ela, a falta de atenção causa um círculo vicioso dentro da empresa: a distração, pelo jogo, causa impacto negativo no funcionário, a equipe fica prejudicada, e, por fim, a empresa tem resultados prejudicados.
Qualquer jogo, quando jogado no expediente pode ser prejudicial, pois usa os sentidos. “É preciso ter maturidade para saber separar bem os espaços”, diz.