Por gabriela.mattos

Rio - Apesar da crise política e econômica e da alta do desemprego, quem pretende conseguir vaga temporária com a chegada das festas de fim de ano terá oportunidades garantidas no Rio. É o que prevê o presidente do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio), Aldo Gonçalves. O comércio carioca deverá contratar cerca de 10 mil empregados temporários — o mesmo número de vagas registrado do ano passado.

A estimativa reflete o otimismo de parte dos lojistas para o período, acredita o presidente do setor. Mas há os que não acreditam na contratação de temporários.

“Pelo menos o número de postos temporários estarão mantidos para o final do ano. Mas diante de um cenário de dificuldades e incertezas, como o atual, o empresário tem receio de investir. Por isso, não deve contratar como contrataram no passado devido à inflação em alta, aumento de tributos e crise do estado no atraso do pagamento dos servidores públicos. Mas teremos algumas contratações como é tradicional”, analisa Gonçalves.

Número de postos temporários para o comércio estarão mantidos para o fim do ano%2C aponta CDL-RioDivulgação

O termômetro para uma reviravolta nas contratações com aumento de vagas é o desempenho do comércio no Dia das Crianças, comemorado no próximo dia 12. As vendas para a data neste ano no Rio devem chegar a 2%, estima o CDL.

“Se o comércio voltar a vender, é possível que este quadro mude. Mas depende de uma série de fatores. Até lá, o contexto pode mudar”, diz.

O Natal, segundo levantamento da Federação Nacional dos Sindicatos de Empresas de RH, Trabalho Temporário e Terceirização (Fenserhtt) e do Sindicato das Empresas de Trabalho Temporário e de Terceirização no Estado de São Paulo (Sindeprestem), deve gerar 101 mil vagas em todo país.

Segundo a pesquisa, a indústria vai absorver 56,6 mil trabalhadores (56%), serviços 10,1 mil (10%) e o comércio deve ficar com 34,3 mil (34%), sendo 50% somente no Estado de São Paulo. Temporários contratados em situação de primeiro emprego podem chegar a 20,2 mil e outros 5.050 terão chances de efetivação após o término do contrato.

“Novembro deverá concentrar a maior incidência de contratações”, diz Vander Morales, presidente da Fenaserhtt e do Sindeprestem.

Gentileza e organização fazem diferença na hora de contratar

Quem quer ser efetivado em uma das vagas de serviço temporário no fim de ano tem que “fazer a diferença” no atendimento. Segundo Roberta Felipe, especialista em gestão de atendimento da consultoria Touch Brasil, diante da crise econômica, o atendimento eficiente será um fator determinante para elevar as vendas, o que abre espaço para contratação dos temporários.

“No período que o consumidor está mais disposto a comprar, o atendimento não pode deixa a desejar”, afirma. “Nos dias que antecedem o Natal o atendimento é o mais difícil de todos e isso frustra o cliente que compra o ano todo”, diz Roberta. Com isso a loja não cumpre seu principal papel, que é convidar o consumidor a voltar no ano seguinte, acrescenta. Por isso o trabalhador temporário que quiser ser contratado depois desse período tem que conseguir agregar bom atendimento e organização no trato com a loja para se destacar.

Em tempos de concorrência acirrada, de acordo com pesquisa da CDL-Rio, serão abertas 10 mil vagas temporárias neste final de ano.

Roberta dá a principal dica para ter vantagem diante dos outros candidatos. “Ser gentil, ter conhecimento do que tem no estoque da loja e ser prestativo pesam na hora da contratação”, diz.

Com reportagem de Ana Paula Silveira

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