Por thiago.antunes
Rio - Até economistas com pontos de vista divergentes defendem a ampliação do debate sobre a Reforma da Previdência. Ontem em debate promovido pela Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio-SP) eles pediram mais esclarecimentos.
Na proposta enviada ao Congresso, uma das principais mudanças é a idade mínima de 65 anos para homens e mulheres se aposentarem e tempo mínimo de contribuição de 25 anos. Essa regra valerá para homens com menos de 50 anos e mulheres com menos de 45 anos. Para receber a aposentadoria integral (100% do valor), o trabalhador precisará contribuir por 49 anos.
Ex-ministro José Cechin acredita que governo tem que ser mais claroAgência Brasil

Pelas regras em vigor, é possível pedir a aposentadoria com 30 anos de contribuição, no caso das mulheres, e 35 anos, no caso dos homens. Para receber o benefício integral, é preciso atingir a fórmula 85 (mulheres) e 95 (homens), que soma idade e tempo de contribuição.

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A economista do Dieese Patrícia Pelatieri ressaltou a importância de que as alterações sejam ponderadas pela sociedade. “É um apelo para que esse processo seja, de fato, democrático, com amplo debate, que as pessoas possam entender aquilo que estão escolhendo. A Constituição de 1988 foi uma conquista de décadas de luta. Teve amplo debate e ela trouxe conquistas muito grandes para a população e para a classe trabalhadora brasileira”, ressaltou.
Ministro da Previdência durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, José Cechin acredita que o governo tem que explicar a necessidade das mudanças em diferentes fóruns. “O governo tem que mostrar que o sistema atual não é sustentável. Nós temos que esclarecer a sociedade, quais são as tendências de hoje. Explicar os motivos, comunicar não apenas por anúncios publicitários,mas pela presença constante”, destacou.