Por clarissa.sardenberg
Rio - Um convênio firmado entre a Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj) e o Terminal Garagem Menezes Côrtes para destinar vagas de garagem a alunos do curso revoltou servidores do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ). O acordo - com validade de um ano - foi feito no dia 6 de dezembro se 2016 e publicado na última segunda-feira no Diário da Justiça eletrônico e levou o Sind-Justiça (sindicato dos servidores) a pedir esclarecimentos da presidência do tribunal.
Entre as principais queixas da entidade está a falta de isonomia de tratamento aos servidores do Judiciário, que mesmo tendo que trabalhar todos os dias no fórum não têm vagas a sua disposição. O Sind-Justiça também aponta que não há transparência por parte da administração em relação aos recursos que serão aplicados para garantir essa medida.
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"Como é cediço, a Emerj depende de recursos públicos oriundos dos cofres do Tribunal de Justiça e, ao que se sabe, os alunos da Emerj não possuem qualquer vínculo com o Poder Judiciário. Destaque-se, ainda, que os servidores concursados desta Casa, há muito reclamam das dificuldades de estacionamento, mormente porque as vagas ao derredor do Tribunal são todas, sem qualquer motivo aparente, demarcadas e direcionadas apenas para a cúpula do Tribunal, incluindo a própria Emerj", dizia um trecho do documento entregue à presidência do TJ-RJ.
A entidade diz que, mesmo que convênio acarrete em desconto para os alunos ou sendo feito de forma gratuita para eles, os concursados do tribunal "possuem idêntico interesse", pois possuem vínculo com a instituição.
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"Estamos requerendo ao Tribunal que explique se existe ônus e quem suportará este ônus, porque não faz sentido, em alegada 'crise ', o Tribunal gastar com alunos da Emerj, que não possuem nenhum vínculo com o Tribunal, enquanto os servidores lutam por seus direitos, desrespeitados", declarou um dos diretores do Sind-Justiça, Alzimar Andrade, que acrescentou:
"E isso se soma a outros absurdos que vêm ocorrendo aqui, como a contratação de garçons por R$ 14 milhões e a compra de férias e licenças de magistrados em plena crise".