Por luana.benedito
Rio - Mesmo fora do ranking anual das 50 empresas mais inovadoras, desenvolvido pelo The Boston Consulting Group (BCG), as empresas brasileiras acompanham as tendências globais de inovação, como o uso de ferramentas e fontes de dados para identificar oportunidades externas. O estudo é feito com base nas respostas de 1,5 mil executivos de todo o mundo à empresa de consultoria em gestão global.

Embora a inovação seja uma prioridade para 75% das empresas brasileiras, houve um declínio de 12% em relação ao ano anterior. De acordo com a pesquisa do BCG, 63% das companhias utilizam grande escalas de dados — a média global é de 55%. Apesar do índice favorável, ainda há um dado preocupante: apenas 47% das empresas brasileiras usam esses dados para fornecer insumos para inovar. No mundo, a média para o uso dessas informaões é de 57%.

No Caminho da InovaçãoDivulgação

Os principais dados utilizados pelas empresas brasileiras são os da própria companhia, como ganhos de receita e crescimento de mercado, adotados por 56% delas. Dados gerados por clientes ou utilização de produtos são usados por 61% das empresas.

“Com as mudanças cada vez mais rápidas de mercado e pelo fato de a tecnologia ser um diferencial até para os setores mais tradicionais, se fechar para o que vem de fora pode ser fatal. As companhias inovadoras de maior sucesso alcançam um balanço entre inovação interna e externa. Elas são eficientes para identificar as ideias externas e hábeis para trazê-las para dentro”, argumenta Andrew Taylor, sócio do BCG e coautor do relatório.
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Além das fontes internas e de inteligência competitiva, a cocriação, por meio da relação com parceiros e fornecedores, é um dos principais caminhos dos brasileiros para inovação.

BRASILEIROS APOSTAM EM PARCERIAS
Ao redor do mundo, cerca de 45% das empresas fazem parcerias estratégicas com outras instituições, enquanto 54% das companhias brasileiras adotam essa estratégia. Já a inovação com apoio de fornecedores no Brasil mantém a média global de 40%.

O estudo do BCG aponta, ainda, que uma tendência não seguida pelo Brasil é o aumento de investimentos para inovação, que deverão receber atenção de 56% das empresas no país, um número baixo se comparado a outros países em desenvolvimento.

Na China, por exemplo, 81% dos executivos devem intensificar seu aporte e 94% dos indianos pretendem elevar seus gastos para inovar. Mesmo neste cenário, as empresas brasileiras se veem tão inovadoras como seus pares de mercados em desenvolvimento.
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APPLE, GOOGLE, TESLA E MICROSOFT NO TOPO
Apple, Google, Tesla e Microsoft mantém os quatro primeiros lugares. Amazon sobe quatro posições, ocupando o quinto lugar. Netflix e Facebook entram pela primeira vez no top 10. “As líderes em inovação não se fecham para oportunidades externas. Eles complementam meios tradicionais, como joint ventures, com abordagens mais recentes, como capital de risco corporativo e incubadora. E, por meio de incentivos e liderança, promovem uma cultura com visão para fora”, diz Hadi Zablit, sócio do BCG e coautor do relatório.