Por thiago.antunes

Rio - O ataque de vírus disseminado nas redes de computadores na semana passada, atingiu 150 países, cerca de 200 mil alvos e milhões de usuários, segundo estimativas de especialistas. Uma novidade desse crime cibernético foi a exigência do pagamento de resgate para recuperar o acesso aos seus dados e programas não em dinheiro, mas em bitcoin.

Muita gente ainda está se perguntando o que é isso, esse tal de bitcoin. Primeiramente, a resposta mais simples, trata-se de uma forma de dinheiro virtual, aceita no mundo dos computadores.

Agora uma explicação mais elaborada. A palavra bitcoin é a junção de “bit”, que quer dizer menor unidade de informação possível no mundo digital, com “coin” que em inglês significa moeda. Ou seja, moeda digital.

O bitcoin funciona como se fossem os pontos que você acumula com os gastos no cartão de crédito e que depois você usa para pagar ou resgatar passagens áreas, hospedagem em hotéis, produtos, brindes e serviços diversos. O bitcoin é uma forma de dinheiro virtual livremente aceita no território da internet global, permitindo fazer trocas do valor que são expressas por bens e serviços do mundo real.

Outra pergunta que ainda paira no ar é a razão dos piratas da Internet escolherem receber o pagamento em bitcoin. Provavelmente, porque a moeda digital não requer ainda controles de bancos centrais dos países e de bancos formais, como a identificação do usuário, endereço etc. Ela pode ser usada com razoável sigilo, sendo ainda possível camuflar quem efetivamente está operando.

Nem os economistas estão preparados para medir o efeito real do bitcoin e de outras novas formas de dinheiro na vida das pessoas. Na economia, o estudo sempre foi dividido em parte real (produção física de bens e serviços) e sua representação em valor monetário (moeda e transações financeiras controladas pelos governos por meio da impressão das cédulas e do movimento dos bancos).

O surgimento do dinheiro virtual mostra que a evolução digital transforma a nossa realidade e traz novos desafios. Além de nos preocuparmos em nos defender do ataque cibernético, é necessário aprender como lidar com a moeda virtual que invade o mundo real.

Gilberto Braga é professor de Finanças do Ibmec e da Fundação Dom Cabral

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