Por marlos.mendes

São Paulo - O Índice Bovespa teve nesta quinta-feira, 13, sua quarta alta consecutiva, favorecida pela combinação de cenários mais benignos no Brasil e no exterior. O indicador atingiu os 65 178,34 pontos (+0,53%), renovando o seu melhor patamar desde a deflagração da atual crise política, em 17 de maio. A sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que rejeitou a denúncia contra o presidente Michel Temer, esteve em segundo plano ao longo de toda a sessão de negócios. A aprovação da Reforma Trabalhista e a esperança de avanço na Previdenciária voltaram a ser citadas como fatores que trouxeram melhor ânimo aos investidores.

"O mercado de ações vinha operando no compasso de 'dois pra lá, dois pra cá', mas o recente conjunto de notícias deu fôlego para uma mudança de patamar do Ibovespa. Se houver sinalização de alguma luz para a votação da Reforma da Previdência a partir de agosto, o mercado pode criar um clima de empolgação", disse Pedro Galdi, diretor de análises da Upside Investor.

O secretário de Previdência, Marcelo Caetano, principal formulador da Reforma Previdenciária, disse acreditar que a proposta volte a avançar no Congresso após a votação da denúncia contra Michel Temer na Câmara. O plano da equipe econômica de aprovação da matéria no primeiro semestre foi frustrado, mas Caetano diz ter confiança na votação do texto aprovado pela comissão especial da Câmara na volta, em agosto, do recesso parlamentar.

O pregão desta quinta-feira manteve diversos elementos de otimismo da véspera, com bolsas americanas operando em terreno positivo, petróleo em alta e dólar bem comportado. A alta do Ibovespa teria sido maior não fosse o fraco desempenho das ações de commodities. Petrobras ON e PN, que haviam subido em torno dos 4% na quarta-feira, perderam fôlego nesta quinta-feira e perderam 0,22% e 0,54%, respectivamente, apesar de o petróleo ter subido mais de 1% no mercado internacional. Vale ON e PNA, por sua vez, cederam à queda do minério de ferro e recuaram 2,41% e 2,35%.

Na ponta contrária estiveram papéis do setor de consumo, liderados por JBS, que tiveram alta de 9,39%. A alta refletiu a decisão da Justiça de liberar a venda de operações de carne bovina da empresa para o Minerva, que estava embargada desde 21 de junho. Lojas Renner ON (+2,04%) e Pão de Açúcar PN (+1,89%) foram outros papéis que se destacaram em alta, refletindo maior otimismo do investidor, a uma semana do início da safra de balanços trimestrais

Dólar estável

Após quatro sessões de queda, o dólar ficou volátil, ensaiando avanço em alguns momentos do pregão, mas acabou terminando estável. O viés de alta, no entanto, prevaleceu ao longo da tarde desta quinta-feira, 13, com especialistas do mercado apontando para ajustes em relação a um movimento exacerbado ontem na comparação com os pares do real e certa cautela política. A fraqueza da moeda norte-americana ante divisas emergentes e ligadas à commodities devido ao avanço de mais de 1% do petróleo exerceu influência para baixo.

No mercado à vista, o dólar terminou estável, aos R$ 3,2091. O giro financeiro somou US$ 974 milhões. Na mínima, a moeda ficou em R$ 3,2027 (-0,19%) e, na máxima, aos R$ 3,2217 (+0,39%).


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