Rio - Os consumidores poderão ter um alívio na conta de luz a partir de janeiro do ano que vem, quando houver a opção de aderir à tarifa branca que será lançada pelo governo. O mecanismo permitirá cobrar menos pela energia consumida fora do horário de pico. No Rio, esse período vai das 17h30 às 20h30.
A notícia é boa, mas os clientes devem ter atenção redobrada. Isso porque, no novo modelo existirá horário em que a energia pode sair mais cara. Para evitar surpresas desagradáveis na conta é preciso ficar atento ao perfil de consumo.
Para esclarecer todas as dúvidas, a Proteste Associação de Consumidores separou os principais itens que o cliente de operadoras devem saber antes de optar, ou não, pela tarifa branca. “Conheça bastante as regras e verifique a possibilidade de se adaptar aos melhores horários da tarifa”, orienta o analista de mercado da Proteste, Rafael Bomfim.
Mas como funcionam esses horários diferenciados? De acordo com a entidade, os períodos de ponta são as três horas de maior consumo de energia de cada distribuidora — geralmente, as primeiras horas da noite. Os intermediários referem-se a uma hora anterior e posterior ao horário de ponta.
Um ponto positivo, segundo Bomfim, é a possibilidade de o consumidor saber qual é a pior e a melhor hora para gastar mais energia. Por exemplo, ele poderá escolher quando é mais vantajoso lavar e passar roupas ou ligar o ar-condicionado.
Avaliar antes de optar
A princípio, a ideia de saber a hora em que o consumo é maior parece boa, mas antes é preciso avaliar muito bem os hábitos dos moradores da residência, para não decidir por impulso pela nova tarifa. Afinal, pode ser armadilha para muita gente, principalmente para quem passa o dia todo fora de casa.
Todos são obrigados a aderir ao sistema de tarifas? “Não. A adesão será opcional e estará disponível para as novas ligações e com unidades que consomem mais de 500 quilowatts-hora (kWh) por mês.
Em um prazo de 12 meses, será oferecido para unidades com média anual de consumo superior a 250 kWh por mês e, em até 24 meses, para as demais unidades consumidoras”, segundo informações da Proteste. A tarifa diferenciada não valerá para grandes consumidores, como as indústrias nem para quem é incluído na tarifa social de energia do programa do governo.
Custo maior a partir de hoje
Bandeira tarifária de agosto é a vermelha, que cobra R$ 3 a cada 100kWh consumidos
O consumidor vai pagar mais caro esse mês pela conta de luz. A bandeira vermelha, que aumenta R$ 3 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, entre em vigor hoje. Mas porque ocorrem as mudanças nas bandeiras tarifárias? Segundo a Aneel, o fator que determinou o acionamento da bandeira vermelha foi o aumento do custo de geração de energia elétrica. Em julho, foi aplicada a tarifa amarela às contas.
Em nota, a Aneel justificou que, segundo o relatório do Programa Mensal de Operação do Operador Nacional do Sistema (ONS), o valor da usina térmica mais cara em operação, a Usina Termelétrica Bahia 1, é de R$ 513,51 megawatts-hora (MWh).
Ainda de acordo com a Aneel, a bandeira tarifária não é um custo extra na conta de luz, mas uma forma diferente de apresentar um valor que já está na conta de energia, mas que geralmente passa despercebido.
Mas é possível economizar de 30% a 40% na fatura com pequenas mudanças de hábito, orienta a Light, maior concessionária de energia do Rio. No dia a dia, por exemplo, colocar a chave seletora do chuveiro elétrico na posição “verão” e reduzir o tempo do banho pela metade pode gerar uma economia de até R$20 na conta.
Algumas dicas são essenciais para quem garantir que a conta de luz caiba no orçamento: desligar aparelhos eletroeletrônicos que fiquem no modo stand by — com a luz vermelha mesmo quando está fora de uso —, não colocar roupa para secar atrás da geladeira, manter a borracha de vedação da porta sempre em bom estado, substituir lâmpadas incandescentes por fluorescentes, compactas ou de LED, evitar abrir a porta da geladeira muitas vezes, entre outras.