Brasília - Comer fora de casa pode até ser prático, dar menos trabalho, mas pesa muito mais no bolso do que se possa estimar. Pesquisa da Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalho (Assert) e Instituto Datafolha mostra que o trabalhador gasta, em média, R$36,94 por dia para se alimentar na rua no Rio. A média nacional está em R$32,94. Ao optar por levar comida de casa, além de ser mais saudável, dá economizar cerca de R$ 540 por mês. Em um ano, sem as férias, os gastos caem quase R$ 6 mil.
Diante desse cenário, O DIA ouviu especialistas para ajudar a quem come fora de casa a gastar menos e se alimentar de forma correta. A principal dica: faça comida em casa que sairá mais barato, recomenda a Proteste Associação de Consumidores. A afirmação encontra coro: para José Alexandre Portinho, nutrólogo e membro da Associação Brasileira de Nutrologia, em geral, ao cozinhar a sua própria refeição, o trabalhador gasta um terço do que pagaria em restaurantes. “Vale muito à pena optar em levar marmita. O bolso e a saúde agradecem”, afirma.
E não é só isso, pesquisa do IBGE aponta que a alimentação fora de casa tem pesado no bolso dos brasileiros: 25% da renda mensal vai em restaurantes.
Para ter alimentação saudável que não pese no bolso a dica de especialistas em varejo é ficar de olho nas promoções de mercados, que chegam a reduzir o valor final das compras em até 30%. Aproveitar os descontos semanais e evitar as “compras de mês” ajudam a amenizar as despesas. “É prestar atenção nos dias de promoções e nos encartes dos supermercados”, orienta Marco Quintarelli, consultor de varejo.
Cuidado com promessas milagrosas de produtos no mercado. O alerta é da médica ortomolecular Patrícia Coelho, proprietária do Centro Médico Patrícia Coelho, na Taquara. “Se alimentar bem não quer dizer sair comprando todos os produtos light e diet do mercado. Uma dieta saudável não depende de alimentos caros e aparentemente milagrosos”, adverte. “O ideal é começar a refeição com variedade de verduras e legumes. Dessa forma é possível ingerir nutrientes saudáveis”, aponta.
Pensando na saúde, a agente administrativa, Marcia Leite, 46 anos, passou a levar marmita de casa. “Comia na rua e no trabalho e me sentia muito mal. Faço a comida de noite e levo. Minha saúde melhorou e a despesa caiu muito”, comemora.
Ingredientes básicos e saudáveis
Uma marmita básica deve conter os seguintes ingredientes, ensina o nutrólogo José Alexandre Portinho: arroz, feijão e carne, que pode ser vermelha, de frango ou peixe cozido. Salada também deve ser preparada para o trabalhador levar. “Alface, tomates, salsa, cebola compõe uma bela e saudável salada”, explica o especialista.
Legumes e verduras também devem ser usados para tornar ainda mais saudável o almoço de quem leva marmita.
Segundo Portinho, o destaque da comida da marmita é o tempero levado na preparação. “Deve ser bem feito para dar um sabor especial e a pessoa ter prazer na hora de comer”, ensina o nutrólogo.
Pronto. Com as dicas do que pode ser colocado na marmita, que tal aproveitar e economizar no supermercado? No quadro ao lado estão as promoções que vão fazer bem ao bolso e à saúde.
Confira as principais ofertas nas redes varejistas
No supermercado Extra, por exemplo, quem planeja levar comida de casa pode encontrar a campanha “1, 2, 3 da economia”, com descontos progressivos e o aplicativo “Meu Desconto”com ofertas personalizadas para cada cliente. A rede oferece coxa e sobrecoxa de frango (1kg) a R$ 5,98 e frango a passarinho (1kg) a R$ 5,90, ambos da Sadia e o preço valendo a partir da terceira unidade até dia 30.
Na rede Prezunic, a dica é o “Sacolão Prezunic”, que acontece todos os fins de semana, com preços de 30 produtos variando entre R$ 0,99 e R$ 4,99.
Já no Guanabara, a aposta é nos “Dias especiais”, promoção que oferece preço de custo. Como exemplos, Albino Pinho, diretor de Marketing da rede, lista a ‘Quarta-feira Inteligente’, que tem frutas e legumes com preços mais baixos e a ‘Quinta Maravilha’, que oferta itens de açougue.
Na rede Pexinchete — que tem 12 lojas localizadas em Cascadura, Higienópolis, Pilares, Inhaúma, Penha, Ramos, Brás de Pina, Cordovil e Nova Holanda —, o cliente encontra peito de frango a R$ 7,19, alcatra a R$21,99, fraldinha a R$ 13,99 e posta de tilápia (1kg) a R$16,99.
A advogada Naiá da Silva, 30 anos, moradora da Freguesia, opta por refeições feitas em casa. “Levo sempre minha marmita para o trabalho, pois o preço do quilo dos restaurantes está exorbitante. Compensa muito mais no orçamento”, diz.
Colaborou a estagiária Marina Cardoso, sob supervisão de Max Leone