Por thiago.antunes

Rio - Enquanto o governo Temer não consegue aprovar a Reforma da Previdência, prevalecem as atuais regras de cálculo de aposentadoria. Assim, se o trabalhador que completou as condições para requerer o benefício por tempo de contribuição este mês puder esperar por mais dois meses evitará perdas. Segundo a nova tábua de expectativa de vida (2016) do IBGE, divulgada ontem, os brasileiros passaram a viver mais, em média, 54 dias. Por conta disso, o cálculo sofrerá impacto maior do fator previdenciário para quem solicitar o benefício mais cedo. Conforme o IBGE, a expectativa de sobrevida no país passou de 75,5 anos a 75,8 anos.

De acordo com Newton Conde, autuário especializado em Previdência e consultor da Conde Consultoria Atuarial, a redução média da aposentadoria será de 0,73%. "É uma pequena diferença, mas se o segurado aguardar e solicitar o benefício em janeiro ou fevereiro do ano que vem, por exemplo, contribuindo por mais dois meses, vai conseguir voltar ao nível de benefício que teria em novembro", afirma.

Especialista recomenda trabalhador esperar para pedir aposentadoriaDivulgação

Pelos cálculos de Conde, um homem com 57 anos de idade e 37 de contribuição, por exemplo, que teve salário médio de R$ 3 mil ao longo da vida teria aposentadoria de R$ 2.375,84 se fosse concedida em novembro. Com o novo fator, o valor seria de R$ 2.356,53 (-0,81%).

Já uma mulher com 52 anos de idade e 32 anos de contribuição com salário de R$ 5 mil, a aposentadoria a partir deste mês será de R$ 3.266,55 e não de R$ 289,48 se o INSS tivesse liberado em novembro, uma redução de 0,70% no benefício.

Outra conta feita por Conde mostra que um trabalhador de 55 anos que contribuiu por 35 anos sobre R$ 1.500, teria aposentadoria de R$ 1.038,16 em novembro. Mas agora em dezembro, o valor cairia para R$ 1.030,23 (-0,76%).

Em relação a quem ganha mais do que o atual teto previdenciário de R$ 5.531,31, o especialista recomenda aguardar também e solicitar o benefício a partir do mês de janeiro de 2018.

Greve geral é suspensa

As centrais sindicais suspenderam a greve geral prevista para a próxima terça-feira. O motivo, segundo as entidades, foi a decisão do governo Temer de retirar a Reforma da Previdência da pauta a votação, inicialmente agendada o dia seguinte da paralisação nacional. Um documento foi assinado pelas seis entidades sindicais (CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central e CSB) explicando os motivos do cancelamento.

O texto, no entanto, aponta que caso o governo remarque a votação, uma nova greve será convocada. "Conclamamos todos os trabalhadores e trabalhadoras a continuarem mobilizados, em estado de alerta."

Contrárias à reforma, as centrais haviam definido o calendário da paralisação no último dia 24, em reunião em São Paulo.

 

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