Depois de deixar os passageiros na Broadway, Johan Nijman dirige para a Uber em Manhattan - Drew Angerer/Getty Images/AFP
Depois de deixar os passageiros na Broadway, Johan Nijman dirige para a Uber em ManhattanDrew Angerer/Getty Images/AFP
Por AFP

Nova York - O legislativo municipal de Nova York deu um golpe na Uber e em outras empresas de transporte de passageiros por aplicativos, ao aprovar, nesta quarta-feira, uma lei que limita o número de veículos que operam e impõe um pagamento mínimo para os motoristas.

A cidade de 8,5 milhões de habitantes é o maior mercado nos Estados Unidos para as empresas de transporte de passageiros que funcionam através de aplicativos.

O sistema de transporte público falho e o enorme custo do estacionamento impulsiona há anos o crescimento descontrolado de empresas como Lyft, Uber e Via em Nova York.

Mas esse crescimento representou um duro golpe para icônicos táxis amarelos da cidade. Desde dezembro, seis motoristas de táxi cometeram suicídio. Suas mortes foram parcialmente ligadas à queda no volume de passageiros.

A lei proíbe por 12 meses a entrega de novas permissões para veículos dessas empresas, a menos que estejam preparadas para receber cadeiras de rodas, e estabelece um pagamento mínimo para os motoristas, que deve ser regulado pela Comissão de Táxis e Limousines (TLC).

A decisão torna Nova York a primeira grande cidade dos Estados Unidos a limitar os carros dessas companhias.

A FTA deve definir o salário mínimo, mas o valor recomendado é de 17,22 dólares por hora. O valor foi calculado levando-se em conta o salário mínimo na cidade de Nova York, de 15 dólares por hora, acrescido de um valor considerado necessário para cobrir as despesas dos motoristas.

O prefeito democrata de Nova York, Bill de Blasio, afirmou que ratificará a lei e garantiu que ela "diminuirá o fluxo de carros que contribuem para o congestionamento que paralisou nossas ruas".

"Mais de 100 mil trabalhadores e suas famílias vão se beneficiar imediatamente com essa legislação", disse de Blasio.

O sindicato de motoristas independentes, que representa mais de 65 mil motoristas profissionais da empresa por meio de aplicativos como Lyft e Uber, comemorou a decisão e o novo salário mínimo.

"Os trabalhadores e líderes de Nova York fizeram história hoje, não é fácil enfrentar os gigantes do Vale do Silício, mas continuamos a lutar pelo que sabemos que é certo, e hoje os trabalhadores venceram", disse o diretor-executivo do sindicato, Ryan Price.

Um porta-voz da Uber indicou que a nova lei "ameaça uma das poucas opções de transporte confiáveis, ao mesmo tempo em que não faz nada para melhorar o metrô ou aliviar o trânsito".

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