Dia das crianças deve movimentar R$ 7,4 bi no comércio varejista         - Estefan Radovicz/Agência O Dia
Dia das crianças deve movimentar R$ 7,4 bi no comércio varejista Estefan Radovicz/Agência O Dia
Por Agência Brasil

Rio - O Dia das Crianças – comemorado nesta sexta-feira – deverá movimentar cerca de R$ 7,4 bilhões, com alta de 1.5% nas vendas em comparação ao ano passado. Porém, segundo a Confederação de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o aumento será inferior aos 2.6% registrados em 2017, em relação ao ano anterior.

De acordo com Fabio Bentes, chefe da Divisão Econômica da CNC, o ritmo de crescimento de vendas começou a cair em maio, devido a greve dos caminhoneiros; e que a taxa de câmbio também mudou a expectativa de vendas.

"Com o dólar mais caro, fica mais difícil para o comércio varejista manter uma inflação tão baixa quanto aquela que vinha apresentando recentemente", disse o economista.

Lembrancinhas

Bentes ainda destacou que existe uma clara aversão das famílias ao endividamento, e por isso, o Dia da Criança deste ano deve ser de lembrancinhas, mais uma vez. "Deve ser um dia fraco, como forma o Dia dos Namorados e o Dia dos Pais", completou.

Para Bentes, o fraco desempenho do comércio nessas duas datas comemorativas confirmou a tendência de desaceleração das vendas no varejo depois de maio. Em março e abril, o varejo registrou alta média superior a 8%. Entre maio e julho, o ritmo caiu para menos de 4%. “Então, houve ali [em maio] um divisor de águas no que se refere a consumo, principalmente nas vendas a prazo. O Dia da Criança é mais um termômetro da desaceleração do consumo neste momento.”

Inflação

Considerando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dos últimos 12 meses, a inflação ficou em 4,3%, contra alta de 2,4% nos itens e serviços preferidos para presentear as crianças. “É a menor inflação desde 2001, quando a CNC começou a fazer o levantamento, mas isso não está animando as famílias”, disse Bentes.

No caso dos brinquedos, por exemplo, a alta foi de 3,2% em 12 meses, acima da inflação de 2,1% registrada para o item no ano passado. "A percepção do consumidor de que o mercado do trabalho não está bom, de que a inflação começou a subir de forma um pouco mais acelerada depois da alta do dólar e da desvalorização do real, do ponto de vista do estímulo a consumo, a inflação para a cesta de produtos, embora menor que em 2017, para o carro-chefe da data, que são os brinquedos, está até um pouquinho maior", finalizou. 

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