Rio - Com ou sem canudo na mão, há hoje 12,2 milhões de pessoas sem ocupação no Brasil, segundo pesquisa do IBGE, e o Estado do Rio concentra pouco mais de 10% desse número. Segundo especialistas ouvidas pelo DIA, ainda é a busca por formação continuada e conhecimento sobre a própria área que pode dar o caminho das pedras para quem está desempregado. No Rio, cerca de 4 mil vagas abertas para as próximas semanas abrem oportunidade para quem procura emprego. Com diferentes níveis de escolaridade, é possível encontrar cargos com salários de até R$ 8 mil.
Na busca por ocupação, o candidato deve ter em mente as inclinações do mercado. É o que orienta Sandra Helena Santos, professora do curso de Recursos Humanos (RH) do Centro Universitário Celso Lisboa. Para ela, a inteligência artificial ganhou espaço nas empresas. "Buscar em qualquer área por fontes digitais e soluções de problemas é um bom caminho", explica Sandra.
Mas o que o mercado quer?
Para este ano, o que pode 'bombar' são os cargos voltados para a organização de dados. "A demanda é por profissionais como o Business Intelligence, responsável por coletar e organizar informações que impactam o negócio para a tomada de decisões, e o cientista que atua na organização e gerenciamento da base de dados da organização", revela a professora Janaína Ferreira, da Fundação D. Cabral.
Outras 20 oportunidades estão com maior procura pelas empresas este ano, conforme Janaína informou com exclusividade para o DIA. Mas, independente da formação, o foco em atualização do candidato garante maior sucesso no currículo. "É preciso investir nos cursos necessários. Depois de elaborar um bom currículo, enviar para as empresas e cadastrar nos sites de companhias e de vagas", orienta.
Ela dá uma dica importante: a relação com outros profissionais. "O networking é importante. Falar com todos os amigos que está buscando melhores oportunidades e utilizar as redes sociais, principalmente o LinkedIn".
Após cursar Relações Internacionais e permanecer sem emprego na área, o editor Rafael Baptista, 26 anos, buscou uma ocupação mais rentável. Fez curso de Edição e Montagem, e hoje tenta sobreviver como freelancer. "No audiovisual é importante ter os contatos, e é nisso que trabalho com mas força. Buscando pessoas mais influentes para alcançar trabalhos melhores", almeja.
A Luandre, empresa especializada em RH, listou as principais vagas procuradas: a primeira é Auxiliar de Cozinha, com salários até R$ 2 mil; para Analista de RH Jr a remuneração chega a R$ 3 mil. Os enfermeiros recebem até R$ 4 mil; farmacêuticos, cerca de R$ 6 mil. Já médicos plantonistas recebem de R$ 7 mil a R$ 8 mil.
Com inscrição online e presencial, Rio tem mais de 4 mil vagas abertas
Nos próximos dias, pelo menos dois feirões de vagas devem ocorrer na cidade. A Comunidade Gerando Vidas, que realiza pelo menos um balcão de empregos em cada bairro semanalmente, vai receber candidatos na terça-feira, a partir das 10h, para encaminhar cerca de 600 pessoas para empresas interessadas.
É preciso levar documento de identificação. Na sexta, no mesmo local, a triagem será para quem tem formação em Telecomunicações e Comércio.
A Fundação Mudes oferece 201 oportunidades em diversas áreas, sendo 10 ofertas para pessoas com deficiência (PCD) e 31 para Aprendiz. Os interessados podem se cadastrar no site da Fundação Mudes pelo endereço: http://www.mudes.org.br/. Entre as formações exigidas, há Engenharia, Tecnologia de Informação, Logística e Pedagogia.
A empresa de recrutamento Luandre, que hoje disponibiliza 480 vagas no Rio, com atualização diária, aposta em oportunidades na área da Saúde. "Tem se tornado uma carência no mercado, desde vagas mais operacionais e administrativas ao médico", explica a consultora em recursos humanos Sílvia Bastos. Para visualizar vagas e se inscrever, interessados podem acessar www.luandre.com.br. A remuneração chega a R$ 8 mil.
Quem for iniciante pode disputar as vagas do Centro Integrado Empresa Escola (CIEE). Há 2.040 chances em aberto, que podem ser acessadas mediante cadastro. Há cursos de Humanas, Exatas e Tecnologia, distribuídos em 13 municípios do Rio.
Para quem quer estudar, cursos '0800'
O aprimoramento educacional para enfrentar a concorrência parece ser mais um obstáculo para candidatos e candidatas. O investimento para custear cursos, fora o deslocamento, pode acabar impedindo a busca pela excelência, e a consequente vaga de trabalho. Uma saída é focar na procura por novas formações que sejam de baixo ou sem nenhum custo, sem deixar de considerar a certificação e qualidade de ensino. E a internet pode ser a melhor saída.
A Fundação Getulio Vargas, por exemplo, tem 37 cursos livres nos segmentos de Economia e Finanças, Marketing e Vendas, Gestão de Pessoas, Direito, Gestão Empresarial, entre outros. A FGV oferece conteúdo e materiais didáticos sem custo, pela internet. Inscrições podem ser feitas em www5.fgv.br/fgvonline/Cursos/Gratuitos/.
Já a página do Educa Mais Brasil (https://www.educamaisbrasil.com.br/cursos-gratuitos) há um compilado de sites que oferecem cursos gratuitos com educação á distância. São 21 instituições, como FGV, e-Unicamp, Senac, Sebrae e Escola Virtual da Fundação Bradesco. Os cursos podem ser acessados online e alguns oferecem certificados que, além de atestar a participação do estudante nas aulas, podem ser utilizados como comprovantes de horas complementares em instituições de Ensino Superior.
*Estagiária sob supervisão de Martha Imenes
