Ministro da Economia, Paulo Guedes - CARL DE SOUZA / AFP
Ministro da Economia, Paulo GuedesCARL DE SOUZA / AFP
Por O Dia

A proposta de Reforma da Previdência, enviada na quarta-feira ao Congresso pelo presidente Jair Bolsonaro, pode ser aprovada no primeiro semestre desse ano. Essa é a expectativa do ministro da Economia e guru do presidente, Paulo Guedes.

Guedes lembrou que a Previdência é o maior gasto do governo e precisa ser equacionada. "A Reforma da Previdência é o primeiro ataque potente a esse desajuste fiscal, porque realmente é a primeira grande rubrica de despesas públicas. Nosso déficit na Previdência está indo de R$ 340 bilhões no ano passado para R$ 370 bilhões este ano. As despesas com Previdência estão em R$ 700 bilhões".

O ministro disse que tem recebido os apoios necessários para as reformas que pretende implementar no país. "O presidente da Câmara dos Deputados (Rodrigo Maia) tem apoiado as reformas, o presidente do Senado (Davi Alcolumbre) tem dito que vai apoiar as reformas. O Judiciário reconhece a necessidade das reformas. Eu tenho conversado aqui e ali, e tenho sentido ventos de reformas. O Brasil precisa ajustar, nós tivemos quatro décadas de descontrole dos gastos públicos. O que aconteceu foi que casas como esta (IBGE), de excelência, estão se atrofiando ao longo do tempo e gastos completamente sem sentido social se expandiram ao longo do tempo".

Ele citou como gastos sem sentido o pagamento de juros da dívida pública e os subsídios para grandes empresas. "Só com rolagem da dívida são 100 bilhões de dólares por ano, quase R$ 400 bilhões por ano, isso é o dinheiro de reconstruir uma Europa no pós-guerra. O Brasil reconstrói uma Europa todo ano sem sair de uma situação dramática. O governo acabou gastando muito e gastando mal. Os economistas acabaram fazendo besteira, os políticos também, e nós nos desviamos de uma transição incompleta".

Guedes disse que não deixará de investir em políticas sociais de transferência de renda - "uma bandeira da fraternidade brasileira" -, e não uma política de esquerda ou de direita. "Qualquer bom economista sabe que as transferências de renda para a educação, para a saúde, são absolutamente essenciais para o bom funcionamento do regime democrático. Isso significa progresso, dois olhares interessantes convergindo para uma coisa boa, isso é uma democracia".

O ministro disse que considera o Brasil uma democracia vibrante, com sua diversidade que promoveu a eleição de uma corrente de pensamento diferente "depois de 30 anos do lado só da social-democracia". "A riqueza de uma sociedade está também nos diferentes pontos de vista".

A declaração foi dada após a cerimônia de posse da nova presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Suzana Ribeiro Guerra.

 

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