Segundo associação do ramo, o Brasil é o segundo país do mundo quando se fala de esmaltes. Para 2019, a expectativa dos especialistas é que o setor cresça 5,9%, alcançando R$ 7,68 bilhões em vendas - Divulgação
Segundo associação do ramo, o Brasil é o segundo país do mundo quando se fala de esmaltes. Para 2019, a expectativa dos especialistas é que o setor cresça 5,9%, alcançando R$ 7,68 bilhões em vendasDivulgação
Por RENAN SCHUINDT

Rio - Após largar o emprego de vendedora por não ter com quem deixar o filho, Raquel Lima decidiu se matricular no curso de Manicure e Pedicure. O objetivo: trabalhar por conta própria. Essa também foi saída encontrada por Christiane de Lima, que foi demitida de uma produtora de eventos. Formadas em menos de um ano, elas não só conquistaram o próprio negócio como já ultrapassam os ganhos que tinham anteriormente. A profissão ganhou espaço e reconhecimento na área da beleza devido a segmentação do setor, promovida pelas esmalterias e aplicativos que conectam as profissionais à clientela, que recebe o atendimento em casa. Um levantamento feito pela Euromonitor aponta que manicures recebem, em média, R$ 3 mil por mês. Nessa época do ano, rendimentos podem até dobrar.

O cenário é positivo para quem deseja apostar nesse mercado. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal Perfumaria e Cosméticos (Abipehc), o Brasil é o segundo país do mundo quando se fala de esmaltes. Para 2019, a expectativa é que o setor cresça 5,9%, segundo a Mintel, alcançando R$ 7,68 bilhões em vendas.

Profissionalização

O 'boom' dos salões teve impacto na procura por cursos. Caso do Instituto Embelleze, rede que em 15 anos formou quase 200 mil alunos nos cursos de Manicure e Pedicure, Alongamento de Unhas e Unhas Artísticas. "Trata-se de uma carreira que está retornando com força total, aumentando cada vez mais a procura por profissionais qualificados", afirma Eduardo Costa, gerente de marketing da rede.

Com menos de dois meses de curso, Raquel já abriu uma esmalteria, contratou uma funcionária e garantiu uma renda surpreendente para quem está apenas começando. "Em três semanas, eu já tirei 50% do que que ganhava no antigo emprego. A esmalteria está crescendo muito rápido". Cristiane, que se formou há quatro meses, também está confiante na nova profissão. "É um negócio bastante recente, mas observando a quantidade de atendimentos que estou realizando, acredito que a minha renda deverá ser muito maior no ano que vem", projeta a profissional.

O Singu, app que conecta manicures com clientes, projeta cadastrar cerca de 8 mil profissionais até 2019 - Divulgação

Aplicativo próprio

Assim como os aplicativos de transporte, os apps que conectam as manicures ganham espaço a cada dia. Um deles é o Singu, que tem como meta para 2019 triplicar de tamanho. A projeção é que sejam cadastrados 8 mil profissionais do segmento. "Os interesses da empresa estão alinhados aos dessas artistas. Nosso modelo de negócio é pautado no percentual que elas faturam. Nosso objetivo é transformar a vida delas oferecendo acesso a uma base de centenas de milhares de clientes", explica Tallis Gomes, fundador do aplicativo.

Além dos cuidados com as unhas, o app disponibiliza os serviços de massagem, depilação e drenagem linfática. A Singu fica com 30% do valor do serviço e os outros 70% são embolsados pela profissional. Para fazer parte da rede, basta acessar o site www.singu.com.br e preencher informações. Após aprovação do cadastro, o profissional será recebido pela equipe da Singu para um teste presencial. Caso seja aprovado, no mesmo dia estará apto para atender.

Elas são maioria

Se no Brasil a profissão é quase que exclusivamente ocupada pelas mulheres, em Angola, são os homens que dominam o mercado profissional das unhas. Em 15 anos, o Instituto Embelleze formou apenas 1,1 mil homens, o equivalente a apenas 0,5% do total de alunos que procuraram a escola com interesse em cursos ligados a esse segmento.

Um deles é Marlon Reis, que aos 14 anos deu inicio à carreira por meio de um curso na rede pública. "Naquela época, eu já batia de porta em porta oferecendo meus serviços. Rodava por todas as regiões", conta. Há cinco meses, com ajuda de uma amiga, o rapaz abriu a sua própria esmalteria. Parte da renda vem das aulas que ministra no espaço. "Minha expectativa é triplicar o volume de trabalho no ano que vem", projeta, como quem sabe que atua em um ramo em expansão.

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