Por leandro.eiro

Rio - Universitários brasileiros estão cada vez mais interessados em ter experiências de estágio fora do país, para ganhar pontos no currículo ou até mesmo para se credenciar a alguma vaga de trabalho no Exterior, em meio à onda de desemprego. Mas a CI Experience Brazil, empresa especializada em indicar estagiários para outros países num programa de intercâmbio profissional, agora também aposta no caminho inverso: atrair estrangeiros para fazer estágio em solo tupiniquim.

De intercambista no Exterior a voluntária para receber estrangeiros no país%3A na foto%2C Samantha aparece trabalhando num laboratório de pesquisa petroquímica na Bélgicaarquivo pessoal

Uma iniciativa que tem atraído as empresas brasileiras, interessadas na troca de experiência com profissionais em formação vindos do Exterior, com ferramentas e técnicas diferentes. Só a CI Experience foi responsável por intermediar a vinda de 600 estrangeiros no ano passado. Neste ano, a expectativa é que o índice de estagiários gringos no país cresça em até 30%. “Com a retomada da economia no país, as empresas estão se sentindo confiantes e abrindo mais vagas. Há um maior interesse nos estagiários estrangeiros, principalmente nas multinacionais”, explica Nayara Lopes, gerente da CI Experience.

Sérvia Miljana Radovic fez estágio em Arquitetura no país em 2015arquivo pessoal

Estudante do último período de Engenharia de Petróleo na Estácio de Sá de Macaé, Samantha Fonseca Miler, 29 anos, desenvolve um papel importante nesse processo. Voluntária e organizadora do programa no Rio, ela é responsável por receber e dar suporte aos estrangeiros no primeiro contato com o país. “Saber que você fez toda diferença na vida de alguém que se aventurou e veio para uma terra desconhecida é a minha maior gratificação”, acredita.

Experiência, ela tem de sobra. Mas fazendo o caminho inverso. Em meio à faculdade, esteve na Austrália, Estados Unidos, Polônia, Bélgica e até no Oriente Médio. Em Omã, país muçulmano, Samantha fez estágio em plataformas de petróleo no deserto em uma das maiores empresas do Oriente Médio. “As pessoas da minha família achavam que eu ia ser vítima de tráfico humano”, diverte-se. Aliás, foi em decorrência dessas experiências que ela abriu portas para a continuidade da carreira após a formatura. E fora do país. Ela vai fazer Mestrado na Bélgica no próximo ano, onde fez um estágio em um laboratório de pesquisa petroquímica.

Até lá, vai ajudar pessoas como a sérvia Miljana Radovic, de 26 anos, que esteve no Brasil em 2015. Então estudante de Arquitetura, Miljana fez estágio no ateliê Marko Brajovic, em São Paulo, que costuma receber estudantes do seu país de origem. “A experiência no Brasil mudou completamente a minha vida”, disse a sérvia, que voltou ao seu país para se formar arquiteta e trabalhar na sua área, levando no currículo a experiência do período em que ficou no Brasil.

Os estrangeiros

Levantamento da CI Experience Brazil aponta que os estudantes norte-americanos são aqueles que mais chegam ao país para estudar. Eles representam 30% do total de intercambistas. São seguidos pelos franceses e alemães, com 20% cada. Há, ainda, 15%, de espanhóis. Os outros 15% são de estrangeiros de outras nacionalidades.

A CI atua em parceria com a Associação Brasileira de Intercâmbio Profissional e Estudantil (Abipe), que é responsável por um programa bilateral — a cada brasileiro que vai atuar em uma empresa no exterior, um estrangeiro vem para estagiar no Brasil. Empresas que desejam trabalhar em parceria com a CI Experience Brazil podem ligar para (11) 3141-1277 . Para falar com a Abipe, os interessados podem ligar para o telefone (11)3262-4012.

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