Rio - O governador e candidato à reeleição, Luiz Fernando Pezão (PMDB), prometeu ontem que irá inaugurar oito UPPs até o fim do ano no Complexo da Maré. Em entrevista ao ‘RJTV 2ª edição’, ele indicou que a criminalidade se deslocou nos últimos quatro anos, e reforçou a promessa de elevar o efetivo da PM para 60 mil policiais.
“Ninguém prometeu que ia acabar com a violência, Eram 37 mil policiais, hoje são 49 mil, e vamos passar 60 mil”, disse Pezão. A apresentadora do telejornal cobrou de Pezão promessa feita por Cabral em 2010 de acabar com o domínio de comunidades por traficantes até 2014. Pezão disse que a “mancha criminal” se deslocou, e mencionou UPPs e destacamentos policiais na Baixada e Niterói. “Para onde a mancha criminal se deslocou, a gente avançou. Fomos à Baixada, na Mangueirinha, fomos para São Gonçalo, fomos para Niterói.”
Ao comentar a escalada da criminalidade, Pezão citou ações na Zona Oeste. “Fizemos pela segurança na Baixada, em Niterói, fizemos companhias destacadas, como agora com a UPP na Vila Kennedy e no Batan”, disse. Pezão defendeu as conquistas do antecessor, mas reconheceu que foi um “erro” Sérgio Cabral, ainda no governo, ter participado de festa em Paris com a presença de empresários que tinham contratos com o governo estadual.
Ressaltou que o próprio Cabral e seus secretários admitiram o deslize, e ressaltou o decreto que estabeleceu novas regras éticas para autoridades e servidores. “Ele não apareceu com guardanapo na cabeça. Os secretários fizeram autocrítica”. Segundo ele, “não é normal” a relação de empresários com o governo. Até agora, o candidato à reeleição foi o que apresentou maior arrecadação de campanha: R$ 5,8 milhões, sendo R$ 255 mil da construtora Queiroz Galvão.
O governador Pezão evitou repetir a promessa de despoluir a Baía de Guanabara até a Olimpíada de 2016, mas disse que a situação tem melhorado, inclusive com a aprovação de iatistas que participaram, recentemente, de uma regata na baía como teste para as Olimpíadas. O governador afirmou que o estado fará mais investimentos para garantir o êxito do evento esportivo. “Vamos colocar R$1,2 bilhão, não só no Rio mas em outras cidades, vamos melhorar”, afirmou.
TRE cassa candidatura de Cesar Maia
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) cassou ontem, com base na Lei da Ficha Limpa, a candidatura do vereador Cesar Maia (DEM) ao Senado. Por três votos a dois, a corte entendeu que ato de improbidade administrativa do ex-prefeito causou dano ao patrimônio público e enriquecimento ilícito a terceiros.
O ex-prefeito do Rio foi condenado por órgão colegiado, em maio deste ano, por ter construído em 2005 a Igreja de São Jorge, em Santa Cruz, com recursos da Secretaria Municipal de Obras. Os dois suplentes na chapa da coligação de Cesar, Ronaldo Cezar Coelho (PSD) e Jorge Coutinho (PMDB), também foram barrados, por não terem apresentado toda a documentação necessária para participar do pleito. Mas o vereador ainda pode recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
E, logo após o anúncio da decisão do TRE, Cesar confirmou que vai recorrer à instância superior da Justiça Eleitoral. “É um processo natural dentro do Judiciário. Uma decisão em que não houve unanimidade, e esta decisão do TRE não impede minha campanha”, disse.
Antes do julgamento, Cesar Maia demonstrava confiança. E chegou a afirmar que erguer uma “capelinha num bairro da Zona Oeste” não configurava dano ao erário público. Cesar Maia aparecia em segundo nas pesquisas de intenção de votos para o Senado. A liderança é do deputado federal Romário (PSB). Enquadrado na Lei da Ficha Limpa pelo TRE, o deputado federal Paulo Fernandes Feijó (PR) também não poderá disputar a reeleição.