Por thiago.antunes

Rio -  Lindberg Farias, do PT, cumprirá agenda pública com Marina Silva quando a candidata estiver no Rio. Romário, como seria com Eduardo Campos, será a desculpa do petista. O vereador e marineiro Jefferson Moura, que já apoia o petista, está em Brasília azeitando o acordo que será finalizado no próximo sábado, no Rio, quando Rede e PSB esperam fechar a agenda dela.

O acerto antes da morte de Eduardo Campos era que a ex-senadora só se envolveria na campanha de Lindberg no segundo turno, caso o petista avançasse. Ao menos duas pessoas da Rede Sustentabilidade e próximos à ex-senadora, entretanto, já estão engajadas na campanha petista, da qual o PSB faz parte com o Romário, que concorre ao Senado.

O coordenador da campanha de Lindberg, Washington Quaquá, que também é presidente do PT no Rio, não vê problema do encontro nas agendas que tenham em comum o ‘Baixinho’. E, na opinião dele, é “até natural”, uma vez que “representantes do grupo político dela já até contribuem com o programa de governo de Lindberg”.

O PSB aclamou ontem o nome Marina Silva para disputar a Presidência. Beto Albuquerque (E) é candidato a vice-presidente na chapa Efe

A avaliação na campanha de Lindberg é que ele deverá se beneficiar do potencial de Marina em atrair eleitores desencantados com a política. “Ela reforça a imagem que queremos passar, que é a de mudança”, entregou um petista.

Na Rede, um defensor da união é o sociólogo Luiz Eduardo Soares, que trabalhou na Secretaria Nacional de Segurança Pública no governo Lula. Para ele, Lindberg tem os mesmos “valores” e “práticas” do grupo, listando a “governança participativa” e “o compromisso de implementar políticas capazes de promover o desenvolvimento sustentável do estado, reduzindo as abismais desigualdades em todas as áreas”. Seus argumentos foram dirigidos à lista de e-mails da Rede.

Outro fator positivo à união, é que a rejeição de Marina ao PT, partido ao qual já foi filiada, não se estende a Lindberg, por quem, segundo afirmam pessoas próximas a ela, nutre “profundo respeito”. O entrave, porém, ocorre se, no segundo turno, Marina e Dilma (PT) se enfrentarem. “Cada dia com sua agonia”, retrucou um socialista.

TRE proíbe uso de imagem

A pedido da família Campos, o TRE-PE proibiu o uso de imagem, voz e nome do ex-governador nos programas eleitorais de TV e rádio de rivais do PSB em Pernambuco. Que m descumprir, pagará multa de R$ 3 mil. Ontem também a TV Globo divulgou vídeo da queda do avião que matou o candidato e outras seis pessoas.

Compromissos serão honrados, diz candidata

O dia ontem foi de negociação em Brasília, onde Marina Silva e PSB estiveram reunidos por quase 10 horas. Como resultado, houve mudança na equipe de campanha e a promessa de que não será pressionada a embarcar em apoios com as quais não concorda.

À noite, Marina Silva disse, no entanto, que a palavra de ordem é crescer na unidade e tratar “com generosidade” as diferenças. Segundo ela, o programa elaborado com Eduardo Campos “é o que nos une” e classificou como “irmãos” Rede e PSB. Marina manteve-se firme, porém, quanto ao registro da Rede e foi aplaudida, no fim, com gritos de “Eduardo presente; Marina presidente!”

O ex-deputado Maurício Rands, que esteve com Campos e é primo de Renata, e Neca Setúbal, herdeira do Itaú,passarão a ser os coordenadores do programa de governo da chapa. As finanças ficarão sob o controle de Bazileu Margarido, homem de confiança de Marina. Já a coordenação geral será compartilhada entre o secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira, e o marineiro Walter Feldman.

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