Por thiago.antunes

Rio - Um dia após declarar que não se arrepende de ter mantido Álvaro Lins como chefe de polícia em seu governo, o ex-governador e candidato do PR ao Palácio Guanabara, Anthony Garotinho, disse ontem que está constrangido de receber o apoio de Lins à campanha. Condenado a 28 anos por formação de quadrilha quando ocupava a função no governo Garotinho, Lins estaria pedindo votos para o candidato do PR usando um aplicativo para celular.

“Claro (que me sinto constrangido). Ele está fazendo isso por iniciativa dele”, disse o candidato. “O Álvaro Lins falou que vai votar em mim. Pedir voto para mim. Que diferença isso faz? Que prestígio que ele tem?”

Também envolvido nas denúncias, o inspetor Fábio Menezes Leão declarou em mensagem de voz que, caso Garotinho se eleja, “vai acabar com essa palhaçada chamada UPP”. Garotinho nega que tenha a intenção, mas diz que as UPPs precisam de uma “remodelagem”.

Garotinho percorreu a Cidade de Deus acompanhado pela filha Clarissa e disse que o projeto de pacificação precisa ser complementado Fabio Gonçalves / Agência O Dia

Ele passou duas horas pedindo votos ontem na Cidade de Deus, onde fez carreata. O candidato afirmou que o governo atual “botou a polícia, mas tirou o que tinha de mais importante, que eram os programas sociais”. A comunidade, segundo ele, sofre sem os projetos sociais implementados em sua gestão, como o Jovens Pela Paz, o Cheque Cidadão e o Casa da Paz.

“Você pergunta qual a minha proposta para a Cidade de Deus? É tudo. Porque aqui não tem nada. A única coisa que tem aqui é UPP”, disse, com críticas também às deficiências do sistema de saneamento básico.
Durante o ato de campanha, fotógrafos e repórteres cinematográficos que estavam no carro à frente ao do candidato foram instruídos a abaixarem as máquinas ao passar por uma das localidades. O pedido partiu dos seguranças de Garotinho, que abriam caminho em motocicletas e teriam recebido a “recomendação” de moradores preocupados com uma possível reação de traficantes.

Perto de um contêiner da UPP, próximo à região conhecida como Karatê, a equipe do DIA registrou diversas pichações com ameaças a policiais militares. A assessoria da corporação informou, por nota, que a carreata de Garotinho foi acompanhada por uma viatura da PM e que nenhum incidente foi registrado. O comandante da unidade, Major Felipe Romeu, disse ter conhecimento das pichações, que seriam recentes, e que a prática não intimida o trabalho da polícia.

Diferentemente do ocorrido no início da semana, na campanha de Garotinho na Vila Aliança, em Bangu — que ainda não conta com UPP —, não foram vistos bandidos armados durante a passagem do político pela Cidade de Deus.


Eleitora pede para ser ‘engravidada’ por Lindberg

A fama que lhe rendeu o apelido de ‘Lindinho’ justificou ontem um apelo inusitado de uma eleitora para o candidato Lindberg Farias, do PT. “Engravida eu”, empolgou-se uma eleitora, após abraçar e beijar o senador. A cena, testemunhada pelo DIA, foi uma das várias de tietagem no Saara, onde o senador caminhou para um corpo a corpo. “Ele é lindo, nem parece político. Vai ter meu voto”, disse à reportagem, sem querer se identificar. “Tenho namorado e, aí, complica", explicou.

Lindberg Farias caminhou pelas ruas da Saara e foi muito assediado Angelo Antônio Duarte / Agência O Dia

Para Lindberg, a receptividade — com direito a gritinhos femininos, além de beijos e selfies — é consequência da campanha na TV. “Em 15 dias, vamos estar nas cabeças desta eleição”, festejou. Ele atribuiu a Lula o aumento da popularidade.

O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), candidato à reeleição, admitiu ontem que a situação do salário dos professores “ainda está longe da ideal”, ao ser questionado sobre as greves na rede pública de ensino no ano passado.

O governador Pezão foi a Niterói e conversou com professoresDivulgação

Porém, afirmou que o seu governo foi o que mais valorizou o magistério. “Quando entramos, os professores estavam desmotivados. Hoje, vejo brilho nos olhos deles”, disse, em campanha no Ciep Leonel Brizola, em Charitas, Niterói.

O candidato Marcelo Crivella foi confrontado sobre sua gestão à frente do Ministério da Pesca, no programa RJ-TV, da Globo. Indagado sobre relatório da Controladoria Geral da União (CGU) que apontou desperdício na pasta, Crivella alegou que os números estão equivocados. “A gente conseguiu quase dobrar a produção (de pescado). Economizamos 400 mil salários mínimos. São números do Ministério do Trabalho”, disse.

Crivella nega desperdício de verbas em Ministério da PescaReprodução


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