Por tamara.coimbra

Rio - No primeiro levantamento do Datafolha após o início da propaganda eleitoral na TV, os dois candidatos mais bem colocados ao Palácio Guanabara apareceram empatados tecnicamente. Anthony Garotinho (PR) e Luiz Fernando Pezão (PMDB) obtiveram 28% e 23% respectivamente.

Pezão saltou sete pontos percentuais em relação à última pesquisa, em 15 de agosto, e foi o candidato que mais cresceu. Garotinho subiu três pontos, e Marcelo Crivella (PRB) manteve os 18%.
Como a margem de erro é de três pontos para mais ou para menos, Garotinho e Pezão travam um empate técnico. O candidato do PT, Lindberg Farias, oscilou de 12% para 11%.

Na simulação de segundo turno, Pezão venceria Garotinho — 45% contra 36%. O candidato do PR também seria derrotado por Crivella — 45% contra 33%. O levantamento do Datafolha indica que o índice de rejeição a Garotinho aumentou de 40% para 44%. A quantidade de eleitores que declararam não votar em Pezão de jeito algum recuou de 20% para 17%. Crivella mantém a menor rejeição entre os quatro primeiros colocados, 14%, e Lindberg tem 20%.

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Para o cientista político Antônio Carlos Alckmin, da PUC-Rio, Pezão se beneficiou do tempo disponível para a propaganda eleitoral. “A campanha na TV favoreceu muito o Pezão. O tempo é grande e bem aproveitado. Abordaram a questão humana do candidato. Tecnicamente é um bom programa”, avaliou, acrescentando que o peemedebista tem mais facilidade de atrair os votos da classe média do que os outros três candidatos.

Alckmin ressalta ainda que Pezão tem êxito ao explorar pontos positivos da gestão, como a captação de investimentos para o estado, obras de mobilidade urbana como o Arco Metropolitano, e as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). “Ao mesmo tempo, estrategicamente Sérgio Cabral pouco aparece com Pezão, por conta da forte rejeição que tem.”

Cientista político da Unirio, Felipe Borba acredita que Garotinho terá dificuldade de bater outros candidatos no segundo turno, por conta da rejeição a seu governo e ao de sua esposa Rosinha. “Apesar de Garotinho ter um piso eleitoral alto, tem um teto baixo. Isso vem desde o final do governo de sua esposa Rosinha. Os números estão se ajustando ao que era esperado. Se fosse eleição de um turno só, Garotinho poderia ser eleito, mas, como tem dois, fica bem mais difícil”, pontuou, lembrando que o ex-governador tem uma parcela fiel do eleitorado por conta de programas sociais como o Restaurante Popular e o Cheque-Cidadão.

Em caminhada pelo Morro Dona Marta, Garotinho demonstrou tranquilidade ao receber a notícia do crescimento de Pezão. “É como dizia Didi: treino é treino e jogo é jogo. Vamos ver quando abrir a urna. Quem decide é o povo. Eu cresci três pontos.” Já Pezão evitou comemorar. “As pesquisas mostram o retrato de um momento. Ainda falta muito para a eleição e tudo pode acontecer, vide o tsunami Marina Silva.”

Romário lidera disputa ao Senado

Comparada à pesquisa de agosto, o ex-jogador Romário (PSB) mais que dobrou a vantagem de intenções de voto que mantinha sobre o segundo colocado, o ex-prefeito do Rio, Cesar Maia (DEM). Mês passado, seis pontos percentuais separavam os dois. Agora, Romário abriu vantagem de 13 pontos: tem 38% das intenções contra 25% de Maia. A pesquisa do Datafolha colocou Eduardo Serra (PCB) em terceiro, com 6%, e o ex-ministro do Trabalho e Emprego Carlos Lupi (PDT), em quarto, com 4%.

Entre os mais ricos, 54% dos entrevistados afirmaram que vão votar em Romário. O eleitorado do ‘Baixinho’ representa 39% dos eleitores do governador e candidato à reeleição Luiz Fernando Pezão e 36% dos eleitores de Garotinho. Maia tem 30% dos votos entre os moradores do interior do estado, 33% entre os eleitores de Garotinho (PR) e 31% dos de Pezão (PMDB).

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