Rio - O Diretório Nacional do PT entrou ontem com representação criminal junto ao Ministério Público Eleitoral contra a presidenciável Marina Silva. A legenda acusa a candidata do PSB por “difamação eleitoral”.
Em visita ao Rio, na última quinta-feira, Marina afirmou que o PT nomeou funcionários para assaltarem os cofres da Petrobras. Referiu-se ao ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, preso na operação Lava Jato e investigado por participar de esquema de lavagem de dinheiro na empresa. Costa fez uso da delação premiada e tem colaborado com a Justiça.
Na ocasião, Marina afirmou, em sabatina no jornal ‘O Globo’: “Não consigo imaginar que as pessoas possam confiar em um partido que coloca, por 12 anos, um diretor para assaltar os cofres das Petrobras. É isso que estão reivindicando? Que os partidos continuem fazendo do mesmo jeito?”
Em seguida, concluiu: “Eu espero que as pessoas virtuosas possam renovar seus partidos, para que ele volte a se interessar pelo que são as demandas das pessoas”.
Na representação, o Diretório Nacional do PT afirmou que Marina “extrapolou — e em muito — o mero direito de crítica, ferindo abertamente a honra da agremiação, bem jurídico tutelado pelo tipo penal em questão”.
O coordenador jurídico da campanha à reeleição da presidenta Dilma Rousseff, Flávio Caetano, disse estar “demonstrada a intenção de macular imagem do PT com finalidade eleitoral, configurando o crime de difamação eleitoral previsto no artigo 325 do Código Eleitoral”.
O Ministério Público tem prazo de dez dias para analisar e decidir se oferecerá denúncia à Justiça Eleitoral.
De acordo com a lei, se comprovada a difamação, Marina pode receber, como pena, detenção de três meses a um ano e pagamento de 5 a 30 dias de multa.
Quinta-feira, a presidenta Dilma Roussef afirmou que as acusações da candidata do PSB eram levianas e infundadas e lembrou que Marina começou a carreira política no PT.
Procurada, a assessoria da campanha de Marina Silva não se pronunciou sobre o assunto.