Por thiago.antunes

Rio - Sem conseguir deslanchar nas pesquisas de intenção de voto para o governo do estado, o senador Lindberg Farias (PT) se apegou ao que, nas palavras de um correligionário, é a sua última esperança para passar ao segundo turno: derrubar Anthony Garotinho (PR). Para isso, o petista conta com a alta rejeição do adversário e com suas sucessivas quedas nas pesquisas. No último levantamento do Ibope, o ex-governador era rejeitado por 39% dos pesquisados.

A esperança do PT é ganhar o voto útil contra o ex-governador que, na opinião da campanha petista, é o mais vulnerável neste momento da campanha. “Estou pedindo ajuda às pessoas para criarmos uma grande onda para tirar o Garotinho do segundo turno”, pediu ele, ontem, durante caminhada pelo mercado popular Saara. A nova estratégia surgiu a partir de uma reunião, ontem pela manhã, em São Paulo, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Governador e candidato à reeleição%2C Luiz Fernando Pezão fez campanha em sua terra natal%2C Piraí%2C no Sul Fluminense%2C e reviu velhos amigosDivulgação

Embora o senador negue, de acordo com seus interlocutores, a estratégia mais agressiva foi traçada a partir de conversas com o ex-presidente. “Garotinho é a bola da vez”, explicou Lindberg, para quem, o ex-governador vai ser ultrapassado por Luiz Fernando Pezão (PMDB) nas próximas pesquisas. “Aí, abre um novo caminho. E eu acho que podemos tirar o Garotinho do segundo turno”, prevê.

Lindberg afirmou que Lula pediu que a militância vá para a rua.“Nesses 15 dias restantes, vamos com gás total. Nas pesquisas espontâneas que temos acesso, 50% dos eleitores estão sem candidato. Há grande indefinição. Teve, de fato, o que nos atrapalhou no início, uma onda de voto útil para derrotar o Garotinho e quem aproveitou o primeiro momento foi o Pezão. Nós achamos que podemos aproveitar uma segunda onda desse voto”, afirmou.

Já o governador e candidato à reeleição, Luiz Fernando Pezão, fez ontem a primeira agenda de campanha em sua cidade de origem, Piraí. Ele falou com eleitores em uma praça da cidade, onde também estava seu pai, Darcy. O ato também foi marcado por momentos de emoção, quando o governador encontrou amigos de infância no Hospital Municipal Flávio Leal. Por não poder fazer campanha em instituições públicas, seus cabos eleitorais retiraram o adesivo do candidato na porta da unidade.

Ele também se reuniu com moradores da cidade e ouviu pedidos. Pezão afirmou que o município, de onde foi prefeito duas vezes entre os anos de 1997 e 2004, serviu de “laboratório” para governar o Estado do Rio de Janeiro. “Vou levar atenção básica à saúde em todas as cidades. Quero fazer no estado o que fizemos aqui, em Piraí. Até na área rural da cidade, todos têm acesso a médico e a dentista”, garantiu.

Crivella afirma ser favorável a projeto de lei que torna crime a homofobia

Bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), o senador Marcelo Crivella (PRB) afirmou ontem ser a favor de uma lei que criminalize a homofobia. Em entrevista ao jornal ‘O Globo’, o candidato ponderou, no entanto, que é preciso também garantir aos líderes religiosos o direito de achar e afirmar que a homossexualidade é pecado.

“Defendo o projeto de lei que criminaliza a homofobia. O que nós não podemos é criminalizar um pastor por dizer que homossexualismo (sic) é pecado. Isso é liberdade religiosa. Crime é agredir, crime é fechar as portas da sua igreja para um homossexual. As pessoas podem expressar a sua fé de um jeito que não ofenda”, afirmou. O senador disse não ter preconceitos, mas que não iria a uma parada do orgulho LGBT. Na entrevista, Crivella contou ter um parente gay.

“Não sou homofóbico. Não sou mesmo. Tem pessoas que trabalham comigo e na minha família que são homossexuais, e tenho uma convivência respeitosa”, justificou-se. “Nós divergimos, mas nos respeitamos. Não irei à Parada Gay, como não obrigarei ninguém ir a minha igreja, aos meus cultos. E não é o dinheiro deles que me preocupa, não é interesse na economia, é interesse na pessoa”, garantiu, afirmando ainda que os LGBTs devem ser respeitados como cidadãos. Ele lembrou que o PRB, seu partido, ligado à Iurd, tem uma seção dedicada ao tema e um vereador muito prestigiado que trata o assunto.

Sobre em quem votará para presidente da República, Crivella disse que, embora seja evangélico, a fé de Marina Silva não “é coisa decisiva”. “Eu certamente vou votar na presidenta Dilma. Tenho apreço pela Marina, uma mulher extraordinária. (mas) a Dilma também é”, garantiu.

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