Por nicolas.satriano

Rio - Anthony Garotinho, candidato ao governo do Rio pelo PR, foi - pela terceira vez - processado pela Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) no Rio de Janeiro por abuso de poder político e econômico, captação ilícita de sufrágio e conduta vedada. A PRE pede que o registro do candidato seja cassado e que Garotinho fique inelegível. Assim como o postulante, o candidato a ser seu vice-governador, o vereador Márcio Garcia e a servidora municipal Samara Soares Rodrigues, também são réus no processo por crime eleitoral praticado no Centro Cultural Anthony Garotinho (CCAG).

Segundo investigação da procuradoria, o centro cultural tem objetivo declarado de incentivar a cultura e a arte, mas a PRE concluiu que o CCAG tem fins eleitoreiros e se confunde com a atividade política de Garotinho.

PRE processou Garotinho pela terceira vezAlexandre Vieira / Agência O Dia

No centro, também segundo a PRE, eram distribuídas fraldas e enxovais para gestantes carentes do município de Campos dos Goytacazes. Durante a ação de fiscais, foram apreendidos adesivos do Partido da República e materiais como cartões de cumprimentos e “santinhos” com o nome de Garotinho. Uma lista apreendida indica que, no mínimo, 315 gestantes receberam auxílio do CCAG e ao menos 50 receberiam o “kit bebê” em agosto e setembro, o que, para a PRE, caracteriza que este cadastro é mais uma evidência do abuso de poder político e econômico e da compra de votos do candidato.

“Algumas iniciativas da Prefeitura de Campos dos Goytacazes estavam sendo dirigidas para satisfazer interesses políticos do deputado federal”, avaliou a procuradora regional eleitoral substituta, Adriana Farias.

“Embora determinados serviços públicos tenham sido reclamados pela população ao Município (Campos dos Goytacazes), a solução partiu do Centro Cultural Anthony Garotinho, o que intensifica a ideia de que ele - o CCAG - é um braço político do candidato a governador", complementou a procuradora. 

Outros dois processos

Garotinho é réu também em outras duas ações de investigação judicial eleitoral (AIJE), em que a PRE pede a cassação de seu registro e a inelegibilidade até 2022. Em julho, o candidato foi processado por abuso de poder econômico pela distribuição de brindes nas chamadas “Caravanas da Paz”. Em agosto, ele e outros candidatos do PR passaram a responder por um evento de campanha antes do período autorizado pela legislação eleitoral. O TRE ainda julgará os pedidos das ações.

Esclarecimento TRE-RJ

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio emitiu nota esclarecendo que CCAG, em Campos dos Goytacazes, foi fechado por iniciativa própria da Coordenadoria Estadual da Fiscalização da Propaganda do Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ).

Segundo informações do tribunal, o mandado de busca e apreensão foi executado em conjunto por equipes da coordenadoria estadual e da 75ª ZE de Campos, sem a necessidade de qualquer investigação. 


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