Por thiago.antunes

Rio - O discurso em defesa dos royalties do petróleo para os estados produtores marcou o comício que a presidenta Dilma Rousseff (PT) e o candidato ao Palácio Guanabara Marcelo Crivella (PRB) fizeram, no início da noite desta sexta-feira, em Duque de Caxias. Os dois chegaram ao evento com pouco mais de uma hora de atraso, por conta do engarrafamento típico das sextas-feiras na Linha Vermelha.

A troca de afagos entre o senador do PRB e a candidata petista à reeleição prevaleceu durante os vinte e um minutos em que ficaram no palanque. “Crivella esteve ao meu lado em todas as lutas pelo Rio de Janeiro. Eu não posso me esquecer dos royalties do petróleo nem da riqueza do pré-sal. Os royalties do petróleo são devidos ao Rio, porque assim nós decidimos há anos atrás”, disse Dilma, sem citar a adversária Marina Silva (PSB), mas claramente explorando o posicionamento adotado pela pessebista, favorável à partilha dos royalties entre todos os estados. “Quando alguém vai mudar (os contratos), muda para a frente. Mas não se pode mudar para trás. Este país respeita contratos”, completou.

Presidenta Dilma fez campanha em Duque de Caxias%2C na companhia de Marcelo Crivella%2C do PRB Ernesto Carriço / Agência O Dia

Crivella bateu na mesma tecla. “Durante a marcha dos prefeitos em Brasília, Dilma levou uma vaia danada de quatro mil prefeitos porque defendeu a manutenção dos royalties para o Rio. Hoje ela vai receber é muito aplauso”, discursou. Dilma seguiu com referências à candidata Marina. “Tem gente aí dizendo que não é estratégico para o país explorar o pré-sal. A quantidade de emprego de qualidade que isso vai gerar é muito grande. São empregos próximos aos locais de produção.”

Os escândalos de corrupção no governo do PT também foram abordados pelos candidatos na Baixada. “Alguns noticiários colocaram sobre os ombros (de Dilma) responsabilidades sobre as quais ela não tem. Mesmo quando estava com câncer, no fundo de sua tragédia, ela conseguiu reunir forças e lutar por nós, lutar pela Petrobras e colocar nosso país nos rumos do progresso. É uma guerreira!”, bradou Crivella. “Nosso país precisa ter um compromisso com aqueles que desviam dinheiro público, no combate a eles. Acabando com a impunidade. Não é possível no Brasil que tenhamos pessoas que queiram viver com recursos que são do povo brasileiro”, encerrou Dilma.

Crivella: ‘Dilma é a síntese da ternura e da beleza’

Marcelo Crivella e Dilma Rousseff tiveram um anoitecer de dar inveja em Lindberg Farias — postulante do PT ao governo do Rio e concorrente de Crivella. Isso porque sua correligionária foi bem mais generosa nos elogios ao candidato do PRB ontem, em Caxias, do que quando esteve com o senador petista, semana passada, em São Gonçalo. Na ocasião, Dilma não fez menções à trajetória de Lindberg.

“Eu conheço o Crivella não é de passagem. Estive com ele ao longo do governo do presidente Lula e do meu governo. E quero dizer que poucos brasileiros têm a decência de caráter e o compromisso dele com os mais pobres e mais humildes. Ele é um excelente administrador”, elogiou Dilma, enquanto dividiam o palanque.

“Aqui está um brasileiro decente, digno, honesto. A gente não tem muitos assim. Quando a gente tem, agarra com as duas mãos”, continuou. Dilma também fez referências ao trabalho de Crivella em Brasília, como senador e ex-ministro da Pesca. Lembrou que ele esteve ao seu lado durante a implantação dos programas Minha Casa Minha Vida e Bolsa Família.

Crivella não deixou por menos. “Finalmente, na história da nossa República, elegemos uma mulher. Dilma é a síntese de todas as virtudes: a ternura, a beleza e a alma feminina. E ela também tem as decências morais e de caráter da mulher brasileira”, galanteou.
Logo no início do discurso, Crivella disse que Dilma foi escolhida como sucessora de Lula por sua “lealdade e competência”.

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