Por bferreira

Rio - Primeira presidenciável sabatinada pelo jornal ‘Bom Dia Brasil’ da TV Globo, a presidenta Dilma Rousseff (PT) reforçou ontem, na entrevista, os ataques feitos em sua propaganda no horário eleitoral ao programa de governo da candidata do PSB, Marina Silva. Na semana passada, a procuradoria-geral Eleitoral recomendou à Justiça a suspensão de uma inserção em que a petista associava a a autonomia do Banco Central proposta por Marina à deterioração da qualidade de vida dos brasileiros.

“Tudo o que eu falo está no programa da candidata. A candidata diz: ‘vou tornar o Banco Central independente’. Ora, Banco Central independente nos termos do Brasil é simplesmente colocar um quarto poder na Praça dos Três Poderes”, criticou.

Ao falar sobre economia, Dilma teve embates com a jornalista Míriam Leitão, pois as duas tinham dados divergentes sobre diversos assuntos. Dilma disse que a política de estímulos será mantida, mas o cenário pode mudar dependendo do desempenho econômico dos Estados Unidos.

“Os EUA evoluindo bem, acho que o Brasil pode entrar em uma outra fase, que precisa de menos estímulos, que pode ficar mais entregue à dinâmica natural da economia”, afirmou.

Na entrevista, a presidenta afirmou que Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras investigado por desvio de dinheiro na estatal, tinha “credenciais” para assumir o cargo de direção na estatal. “Paulo Roberto Costa tem 30 anos de Petrobras. Antes de ir pra diretoria da Petrobras, ele fez uma carreira dentro da Petrobras”, afirmou Dilma.

Costa se tornou diretor da Petrobras em 2004, durante o governo Lula, e permaneceu no cargo até 2012. A presidenta negou que sua indicação tenha sido política e se disse surpresa ao saber que ele seria parte de um esquema de corrupção na empresa.

“Se eu soubesse que ele era corrupto, ele estava imediatamente demitido. Eu não compactuo, não compactuei na minha vida e jamais o farei com práticas de ilícito”, disse.

Costa foi preso em março, suspeito de operar um esquema de desvio de dinheiro da Petrobras para políticos e partidos da base aliada.

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