Por thiago.antunes

Rio - Os institutos de pesquisa de opinião passaram a segunda-feira justificando as falhas cometidas no domingo. Eles erraram as estimativas feitas na boca de urna em vários estados do país, tanto para as eleições para governador quanto para presidente da República. O Instituto Datafolha, por exemplo, previu, no Rio de Janeiro, uma vitória do candidato Luiz Fernando Pezão por 36% dos votos, contra 25% de Anthony Garotinho, que estaria no segundo turno, e 22% de Marcelo Crivella, que ficaria, assim, fora da disputa. A margem de erro da pesquisa era de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Nas urnas, no entanto, o resultado foi bem diferente do previsto. Pezão terminou com 40,57%, uma diferença de 4,57% em relação à pesquisa. Com Anthony Garotinho o erro foi ainda maior. Em vez dos 25% apontados, o candidato teve apenas 19,73% ( diferença de 5,27%) e acabou fora do segundo turno, para onde acabou indo Marcelo Crivella, mas com 20,26% dos votos em vez dos 22% previstos.

Marcia Cavallari diz que indecisão de eleitor até a última hora influenciou no resultado das pesquisasReprodução

“Há eleitores que não estão totalmente convictos na véspera da eleição e mudam o voto no dia da votação”, tentou justificar Marcos Paulino, do Datafolha, em entrevista à Rede Globo. Antes, ele havia defendido a pesquisa divulgada na véspera, contradizendo-se com o que disse depois, quando apontou a mudança de voto do eleitor na boca da urna como justificativa para o erro da pesquisa.

“O Datafolha mostrou uma disputa acirrada na véspera e isso se configurou nas urnas”, disse, confuso.
No Ibope foi ainda pior. O mais conhecido instituto de pesquisa do país apontou a vitória de Pezão com 34% dos votos e uma disputa de segundo turno contra Anthony Garotinho, que teria, segundo a pesquisa, 28% dos votos, dez pontos percentuais a mais que Crivella, que ficaria com 18%.

Os erros foram de 6,57 pontos percentuais em relação a Pezão, 8,17 pontos referentes a Garotinho e 2,22 pontos relativos a Marcelo Crivella. A diretora do Ibope, Marcia Cavallari, culpou o “alto índice de indecisos”, que o próprio instituto havia previsto em apenas 5%, pelo erro na pesquisa. “Eles (indecisos) se decidiram apenas na hora de votar. O eleitor está se decidindo cada vez mais tarde e pode ter havido uma mudança pelo nível de rejeição do Garotinho”, explicou Marcia.

Você pode gostar