Por bferreira

Rio - Juntos contra Pezão. Assim Marcelo Crivella (PRB) e Anthony Garotinho (PR) selaram a aliança para o segundo turno na eleição no Rio, em uma reunião, na manhã de ontem, em Campos. Ambos garantiram não terem tratado de cargos no caso de eventual vitória nas urnas, mas projetos do ex-governador na área de transportes foram colocados para Crivella.

Crivella conta com apoio de Rosinha (na foto) e Clarissa GarotinhoCarlos Moraes / Agência O Dia

“Sugerimos a ele que incorporasse a redução do IPVA, e passamos a contabilidade do índice de passageiros por quilômetro para a redução das tarifas dos ônibus intermunicipais, entre outras questões”, contou a filha e deputada federal Clarissa Garotinho.

O candidato do PRB disse que a negociação foi feita para derrotar o PMDB do ex-governador Sérgio Cabral, de quem Luiz Fernando Pezão foi vice, e não descartou a presença do PR em eventual governo.

“É natural que na política a gente faça indicações, mas não se tratou de nada disso. O que nós tratamos aqui foi de unir forças pelo Rio na frente do bem para derrotar o Cabral ou o Pezão, como vocês quiserem chamar, que é a mesma coisa”, desafiou Marcelo Crivella.

A inclusão de projetos como o cheque-cidadão, uma das marcas da gestão Anthony Garotinho, não foi tratada neste primeiro momento, mas não está descartada, garante Clarissa.

“Falamos de maneira ampla sobre os projetos, mas tenho certeza que, pela natureza do senador, que conviveu de perto com a pobreza, que ele é sensível a isso”, disse a deputada eleita.

Sem conseguir atrair partidos no primeiro turno, Crivella tenta agora costurar o máximo de alianças em torno de sua candidatura. Ontem, viajou por quatro horas e meia de carro para angariar o apoio de Garotinho, com quem fez, no mesmo dia, ato de campanha em Campos.

Ainda nesta terça-feira, o candidato voltou ao Rio e se reuniu com coordenadores de campanha para avaliar a adesão de outras siglas. Segundo assessores, o recuo do PT fluminense, cujo apoio estava praticamente consolidado pelo presidente regional Washington Quaquá, não abalou Crivella.

“Se os prefeitos e deputados do PT que apoiaram Pezão no primeiro turno fossem de fato petistas, teriam apoiado Lindberg Farias (candidato do PT). O não apoio deles agora ao Crivella não representa a militância do PT”, disse Isaías Zavarize, que coordena a campanha do candidato do PRB.

Crivella ainda espera dividir palanque com Dilma Rousseff (PT), mesmo após o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), declarar que a petista não fará campanha ao lado de nenhum dos candidatos ao governo no segundo turno.

Alegria dá lugar ao choro

A deputada Clarissa Garotinho reuniu a imprensa ontem à tarde, em seu gabinete na Assembleia Legislativa, para falar sobre sua eleição para a Câmara dos Deputados com 335 mil votos, mas não aguentou e caiu no choro ao comentar a derrota do pai, Anthony Garotinho, na corrida pelo governo do estado.

Clarissa chorou ao lembrar da derrota do pai%2C Anthony Garotinho%2C na disputa pelo governo do estadoAndré Mourão / Agência O Dia

“Não posso dizer que estou feliz. Foi o dia ou um dos dias mais tristes da minha vida. Não tinha clima de comemoração. Meu pai tinha a expectativa de ir para o segundo turno. Seria a oportunidade de desfazer o personagem Garotinho que criaram e que não é o que ele é”, disse, chorando.

Colaborou Caio Barbosa

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