Por bferreira

Rio - Na expectativa de receber o apoio de Marina Silva (PSB), os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) admitiram ontem que fariam alterações em suas propostas para abrigar as condições impostas pela candidata derrotada em seus programas de governo. No primeiro turno, Marina recebeu 22 milhões de votos e se tornou alvo de cobiça dos dois adversários.

Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB)Divulgação / Agência Brasil

“Se forem alterações que não comprometam o centro do nosso ideário e as propostas que são fundamentais no nosso projeto, não tem problema”, afirmou Rui Falcão, coordenador da campanha de Dilma.

Para Marina, são inegociáveis o apoio ao fim da reeleição, a manutenção de conquistas sociais e o compromisso com a pauta da sustentabilidade. Ela não especificou pontos sobre meio ambiente que gostaria de ver incluídos nos programas. Ontem, Aécio reafirmou sua concordância com o fim da reeleição, proposta que defendeu desde o início da campanha. Mas ele não quis se comprometer com o apoio à medida já no próximo mandato. “Para a questão deste mandato específico, precisa ser discutido no Congresso”. Na segunda-feira, o candidato já havia afirmado que suas propostas poderiam ser “aprimoradas”. Durante um evento de campanha em São Paulo, o tucano aproximou sua fala do “marinês”, ao mencionar a “nova política”, pregada pela ex-senadora na campanha.

“Estou pronto para liderar um projeto em favor do Brasil, em favor da ‘nova política’”, afirmou ele, usando a expressão de Marina.

Marina se reuniu ontem à noite, em São Paulo, com integrantes da Rede Sustentabilidade. No início do encontro, a posição de neutralidade era majoritária, mas as posições ainda seriam debatidas noite adentro. Ontem, quando o apoio de Marina a Aécio já era dado como certo, a ex-senadora divulgou uma nota afirmando que as opiniões que estavam sendo ventiladas por dirigentes partidários não refletiam “em hipótese nenhuma sua opinião”.

A candidata reafirmou que a decisão sobre o apoio será tomada em partes. Primeiro cada partido vai definir sua posição e, na quinta-feira, toda a coligação irá se reunir para tentar chegar a um consenso.

PSB se reúne hoje para debater apoio

A Executiva Nacional do PSB se reúne hoje, em Brasília, para debater seu apoio no segundo turno. Há uma tendência a favor de Aécio em estados como Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. Ontem, a ala pernambucana também decidiu se alinhar ao senador. A viúva de Eduardo Campos, Renata, ainda não se manifestou. O irmão dele, Antônio Campos, está com Aécio.

Os focos de resistência do PSB a uma aliança com os tucanos são principalmente o presidente da sigla, Roberto Amaral, e os estados do Amapá e da Paraíba, onde PT e PSDB estão em lados opostos nas eleições para governador. Especula-se que os aliados de Dilma estariam tentando levar o partido para a neutralidade.

Ontem, o PPS, partido da coligação de Marina, oficializou o apoio ao tucano.“Defendemos a união das oposições para derrotar o lulopetismo, afirmando a questão democrática e os princípios republicanos”, afirmou o presidente da sigla, Roberto Freire. No PSDB, a ordem é “respeitar o espaço” da coligação.

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