Rio - O ex-jogador Romário, eleito pelo PSB com 4,7 milhões de votos para o Senado, anuncia hoje o apoio à reeleição do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB). A adesão de Romário à candidatura de Pezão será formalizada às 10h, em um hotel na Barra da Tijuca. Desde o início da semana, o governador vinha conversando com o ex-jogador e hoje deputado federal. Diante do recorde de votos alcançado por Romário, o comando da campanha do peemedebista avaliou o apoio do ex-atleta como essencial na disputa do segundo turno.
Amanhã, Pezão vai anunciar a adesão do PDT e do Pros à sua candidatura. Os dois partidos não estavam na sua coligação no primeiro turno das eleições. O Pros fazia parte da aliança de Anthony Garotinho (PR), que agora está com a candidatura de Marcelo Crivella (PRB). O PDT ficou independente. O governador espera ainda a adesão do PV, que no primeiro turno ficou com Lindberg Farias (PT).
Anteontem à noite, a Executiva Estadual do PSB resolveu que o partido não apoiará nenhuma das candidaturas ao governo do estado. Integrantes da legenda foram liberados, no entanto, para fazer campanha para o candidato que quiserem. Nacionalmente, o PSB já declarou apoio ao presidenciável tucano Aécio Neves.
A campanha de Pezão decidiu endurecer o tom das críticas ao rival Marcelo Crivella (PRB), que é bispo licenciado da Igreja Universal e sobrinho do Bispo Edir Macedo. Ontem à noite, no programa eleitoralde Pezão na TV, foi exibido vídeo, no qual Macedo ensina bispos da Universal a ‘tirar’ dinheiro de fiéis. O famoso vídeo foi revelado por um ex-pastor da Universal, em 1995, no ‘Jornal Nacional’.
Pela manhã, em campanha em Nova Iguaçu, Pezão chamou Crivella de “falso bispo” e “lobo em pele de cordeiro”. Rebateu ainda críticas de Crivella, que o acusou de promover uma “guerra religiosa”. “Crivella e o Bispo Macedo cresceram fazendo guerra religiosa contra as outras religiões. Fizeram isso nos últimos 20 anos. Todo mundo lembra que um sócio do Bispo Crivella, no dia de Nossa Senhora Aparecida, chutou a santa”, disse Pezão.
“Quem comprou os horários das outras emissoras de TV e tirou os outros pastores, R.R. Soares, o apóstolo Valdemiro Santiago e o Silas Malafaia foi a Universal. Quem faz guerra religiosa é a Universal, todo o Brasil sabe. As pessoas têm que conhecer quem está por trás. Foi lamentável ouvir o Bispo Crivella me acusar de guerra religiosa”, afirmou.
Pezão disse que não se intimidará em usar a Igreja para responder ao adversário, mesmo com a acusação de guerra religiosa. “Não vou passar calado aos ataques que eles estão me fazendo. Não adianta ficar de dia, quando tem a imprensa, me acusando, e chegar no debate e ficar aquele lobo em pele de cordeiro. Ficar com aquela linguagem de um falso bispo. Vamos colocar os pingos nos is”, defendeu.
Ao ser questionado se a estratégia pode prejudicá-lo, em uma desaprovação de fiéis da Universal, o governador respondeu que as suas acusações são apenas contra a cúpula da Igreja, na qual chegou a classificar como “organização”. Pezão também criticou a aliança de Crivella com Garotinho.
Crivella sobe o tom
Candidato pelo PRB ao governo do Rio, o senador Marcelo Crivella aumentou ontem o tom dos ataques ao governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). Durante caminhada em Duque de Caxias, o senador disse que o peemedebista é “a maior fraude eleitoral dos últimos tempos” no estado e voltou a vinculá-lo ao ex-governador Sérgio Cabral (PMDB).
Crivella também procurou se defender da estratégia de Pezão de relacioná-lo à Igreja Universal do Reino de Deus. “Isso é choro de perdedor. Ele já está sentindo que seu partido encerra um longo período, num melancólico crepúsculo de uma vil e apagada tristeza. O Cabral saiu com os maiores índices de rejeição, e o Pezão vai perder”, afirmou o senador.
“Embora tenha feito a campanha com todo o dinheiro que ele tinha, com uma propaganda mostrando que ele era o anti-Cabral, o povo não engoliu isso. Ele é a maior fraude eleitoral dos últimos tempos no Rio de Janeiro. O povo descobriu que Cabral é Pezão, e Pezão é Cabral”, disse.
Crivella acusou ainda Pezão de fazer campanha para o presidenciável tucano Aécio Neves, e não para a presidenta Dilma Rousseff. “Ele é Aezão. Sempre com um pé lá e outro cá, em cima do muro. O povo chama de traíra”, disse o senador. O PMDB fluminense está dividido na disputa presidencial entre o tucano e presidenta.