Por bferreira

São Paulo - O tom agressivo dos dois últimos duelos na TV deu lugar a um clima mais ameno e os presidenciáveis Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) conseguiram até apresentar algumas propostas de governo no terceiro debate, neste domingo à noite, na Record, na reta final do segundo turno. Mas, de novo, o escândalo envolvendo a Petrobras deu margem a ataques de ambos os lados.

Dilma lembrou que em 2001%2C no governo tucano%2C o desemprego atingia 11%2C5 milhões de pessoas. Aécio retrucou%2C afirmando que setembro teve 418 mil postos de trabalho a menosAle Frata

Enquanto o tucano perguntou se a petista manteria o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto — citado pelo delator Paulo Roberto Costa — no Conselho de Administração da Usina de Itaipu, Dilma lembrou que, segundo a mesma denúncia, o ex-presidente do PSDB Sergio Guerra teria recebido propina para enterrar uma CPI sobre a estatal, em 2009. “É uma prática do partido”, ironizou, referindo-se às denúncias arquivadas durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.

Primeira a fazer pergunta, Dilma lembrou do Programa Supersimples, aprovado no seu governo e que atende a micro e pequenos empresários, que, segundo ela, atendeu a R$ 4 milhões de pequenos negócios. Aécio afirmou que o Simples foi criado no governo Fernando Henrique Cardoso, de seu partido e prometeu continuar “e ampliar”.

O tucano prometeu, ainda, apresentar proposta de simplificação do sistema tributário e disse que menos empregos foram criados no último ano. “O mês de setembro, na comparação com setembro passado, 418 mil postos a menos de trabalho.”

Minas Gerais voltou ao centro do debate, quando a petista lembrou que enquanto a região Sudeste teve redução da violência, o estado, que foi governado por Aécio, teve aumento. “Acredito que há mães chorando em Minas Gerais”, disse ela: “É grave o fato de 56% dos homicídios estarem entre jovens.”

Em seguida, Dilma lembrou que Aécio colocou em pauta, em 2001, enquanto foi presidente da Câmara dos Deputados, projeto de lei que flexibilizava leis trabalhistas. Segundo ela, se aprovado, mexeria “nos direitos da CLT e retiraria conquistas históricas”. Aécio pediu para que o debate fosse trazido para o presente – “Não vamos fazer campanha olhando pelo retrovisor da história” – e prometeu aumento real do salário mínimo até 2019.

O troco do senador mineiro veio na pergunta sobre inflação, que disse estar descontrolada e prometendo reduzir a 3%.

No segundo bloco do debate, o escândalo da Petrobras voltou à tona. Aécio disse que a empresa havia trocado as páginas de economia pelas páginas policiais. Dilma deixou no ar a dúvida de que, caso o tucano seja eleito, a privatização da empresa voltaria a ser discutida.

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