Rio - Romário, finalmente, entrou de cabeça na campanha de Aécio Neves (PSDB). Nesta quara-feira, o senador eleito no Rio com mais de 4 milhões de votos pelo PSB gravou dois depoimentos para o programa eleitoral do tucano que será exibido hoje à noite.
Na primeira gravação, de 40 segundos, o ex-jogador apresenta argumentos contra a presidenta Dilma Rousseff (PT). Ele critica a petista por ter feito ataques de natureza pessoal a Aécio e pela postura adotada por ela contra Eduardo Campos e Marina Silva (PSB), candidata que o ex-jogador apoiou no primeiro turno.
No discurso, Romário tenta também ganhar eleitores para Aécio, afirmando que o tucano representa a mudança para o Brasil. Em outro depoimento, de 15 segundos, o ex-jogador cita os acordos que fez com o candidato, como mais apoio para as causas dos deficientes físicos e pessoas com doenças raras e incentivo ao esporte.
A união entre os dois foi firmada em uma conversa por telefone, na noite de terça-feira. Romário já tinha declarado que não apoiaria Dilma, mas queria que Aécio se comprometesse com algumas condições para aderir a sua campanha. Uma delas é que ele não tivesse nenhum vínculo com Ronaldo Fenômeno, amigo pessoal de Aécio. Mas pessoas ligadas à campanha teriam botado panos quentes nas divergências entre os dois, que vêm desde as acusações de Romário à CBF.
Aécio estaria planejando uma manifestação com os dois jogadores para demonstrar uma suposta paz. No PSDB, o clima é de comemoração com a união. O deputado Gerson Bergher (PSDB), espera uma visita de Aécio com Romário amanhã à Central do Brasil. “É lá que o povo está. Esta eleição vai ser disputada nos pênaltis, mas, com Romário em campo, a taça é nossa”, disse.
As assessorias de Aécio e de Romário não confirmaram nenhum compromisso em conjunto nos próximos dias. Mas tudo relacionado à parceria dos dois tem sido mantido em sigilo. No Rio, Aécio já tem o apoio de parte do PMDB, liderado pelo deputado estadual eleito Jorge Picciani. Mas o governador candidato à reeleição Luiz Fernando Pezão (PMDB) apoia Dilma, assim como o prefeito Eduardo Paes (PMDB). Por isso, o apoio de Romário é visto como importante para ganhar votos no estado.
Caetano e Gil: baianos com Dilma
Juntos na carreira artística, Gilberto Gil e Caetano Veloso nem sempre jogaram no mesmo campo político. Nessa eleição, surpreendentemente, estiveram afinados do começo ao fim. No primeiro turno, ambos apoiaram Marina Silva (PSB). Agora, no segundo turno, fecharam com a petista Dilma Rousseff.
A declaração de voto mais recente foi feita por Caetano.
“Voto em Dilma. Não faço campanha porque odiei o que o PT fez com Marina. Acho Aécio bom candidato e gosto dele. Mas prefiro Dilma agora”, anunciou ontem ao jornal “O Globo”. Gil elogiou a petista por priorizar a cultura e já tinha declarado voto em Dilma no segundo turno. Em 2010, Caetano apoiou também Marina e chamou o ex-presidente Lula de “analfabeto”. Gil teve seu ponto alto na política justamente na gestão de Lula, como ministro da Cultura, de 2003 a 2008.
