Por nicolas.satriano

Rio - O que começou relativamente bem, terminou mal. Na última oportunidade para conhecer propostas dos candidatos ao Palácio Guanabara, Luiz Fernando Pezão (PMDB) e Marcelo Crivella (PRB), o debate "desandou" e o tom agressivo tomou conta de declarações dos postulantes. A platéia formada por correligionários dos dois partidos também protagonizou de forma negativa o encontro e desrespeitou, diversas vezes, as regras do debate, se manifestando com palmas e vaias. 

Da "boquinha da garrafa", guardanapos na cabeça do PMDB e passeios de helicóptero do cachorro de Sérgio Cabral citados por Crivella, ao já notório "testa de ferro da igreja Universal" de Pezão, o segundo bloco do debate foi a parte mais decepcionante no quesito propostas e elas foram oficialmente deixadas de lado. 

No fogo cruzado, sobrou inclusive para os, hoje, apoiadores de Crivella e ex-candidatos ao governo, Lindberg Farias (PT) e Anthony Garotinho (PR), que foram novamente lembrados por Pezão. O governador voltou a dizer que considera nociva a aliança entre Crivella e o ex-postulante do PR: "Esse convívio com Garotinho está muito triste. Você está mentindo que nem ele", afirmou. 

Crivella e Pezão trocam acusações e debate assume tom agressivoErnesto Carriço/ Agência O Dia

Fora os ataques, no real debate, ainda no primeiro bloco, os postulantes levaram aos eleitores considerações sobre Educação, Saúde e Segurança Pública. Também na primeira rodada de perguntas, o primeiro a chamar a ironia para o diálogo foi Pezão, que voltou a chamar o adversário de "bispo Crivella", em pelo menos duas oportunidades.

Rebatendo, o candidato do PRB passou por provocação e disse ao oponente que a Saúde do estado está um caos. O senador também alfinetou ao contestar investimentos em saneamento que, segundo ele, foram equivalentes ao injetado em autopromoção, ou seja, publicidade. Crivella complementou dizendo que enriquecimentos ilícitos viraram "dogma" da classe política do Rio. O senador bradou: "A mudanças é tirar o PMDB do poder".

O governador firmou o pé, mas baixou a cabeça para vaias da platéia e teve o seu tempo devolvido quando tentou iniciar fala: "Aqui não vai ter Edir Macedo. Você é testa de ferro do bispo Macedo", enfatizou. 

"Você quer misturar política com religião", devolveu o senador, que, já com ânimos menos exaltados disse:"Eu respeito você. Você não me respeita. Você é que está pregando ódio", se dirigindo ao governador. Ao dizer que bispo Macedo não financiou a sua campanha, a platéia voltou a se manifestar com risos e comentários irônicos. Desta vez, o tempo foi devolvido ao candidato do PRB.

Clima de Fla-Flu na plateia

- O site 'O Verdadeiro Crivella' apresenta uma compilação de 13 denúncias contra o candidato do PRB.

- Criado pela empresa Cara de Cão Produções,o portal diz apresentar “coisas que não se sabia sobre o bispo que quer governar o Rio”. O senador é chamado de “testa de ferro da Igreja Universal”, lembrando seu parentesco com Bispo Macedo, líder da religião.

- Um dos vídeos publicados é o de uma reportagem do ‘Fantástico’, da TV Globo, na qual o bispo ensina pastores da Universal a convencer fiéis a doar dinheiro para a igreja. <MC>

- O clima esquentou quando Pezão chamou Crivella de “testa de ferro da Universal”. Presente ao debate, a filha do ex-governador Anthony Garotinho, a deputada federal Clarissa Garotinho (PR), disparou: “Você é do Cabral!”. Em resposta, o deputado André Corrêa (PSD) gritou “barraqueira”.

- Durante as considerações finais, um alarme disparou no estúdio da TV Globo, interrompendo as falas dos candidatos, em duas ocasiões “É o detector de mentiras”, brincou um dos candidatos na plateia.

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