Rio - "Isso é vexaminosamente antidemocrático", disse o músico Lobão sobre as manifestações na Internet especulando sobre a saída dele do Brasil, ainda na noite deste domingo. Anteriormente, O cantor havia sugerido que sairia do país caso a presidenta Dilma Rousseff, do PT, fosse reeleita. Com Dilma novamente presidente da República, Lobão disse, em publicação no Facebook, também neste domingo, que "Se é para o bem dos bons e desespero total do PT, diga ao povo que fico!".
Explicando o porquê falou que deixaria o Brasil, Lobão contou ao DIA ter dito isso em um "hangout" em que estava "muito alarmado". Segundo o cantor, ele voltava de um almoço no qual as pessoas que o acompanhavam também estariam deixando o país e indo para Nova Zelândia, Chile ou Portugal. O artista disse, ainda, que se sentia preocupado nos últimos meses e estaria recebendo sinais "muito sombrios".
"Meus shows estão sendo boicotados. De dez shows, oito são boicotados por posturas políticas. Sofri ameaças de morte. Eu falei meio de brincadeira, mas se continuar assim, eu vou ter (mesmo) que sair do Brasil."
O cantor disse se considerar parte da cultura e do imaginário brasileiro. E ainda foi enfático ao dizer que "ninguém tem o direito de tentar me (ele, Lobão) expelir como se eu fosse uma ratazana acrítica".
Reeleição de Dilma
Sobre o posicionamento político que assume, Lobão disse acreditar no renascimento de uma oposição e fortalecimento do Congresso. Segundo ele, as eleições nos estados "delinearam uma nova cara de poder".
Para o cantor, a militância de oposição ao governo era composta por pessoas não engajadas, profissionais liberais que trabalham e não dedicavam o tempo integral à campanha. "Existe uma classe intelectual incipiente que está tendo coragem de enfrentar uma patrulha", e emendou "Qualquer coisa que você fala, você é tachado de reacionário, ultra-direita. Basicamente, a gente está indignado com o que a gente está vendo. Muito roubo, corrupcão. Então, o militante age como se fosse ele de oposição", concluiu.
