Rio - Vitinho deixou o Botafogo brigando pelo título brasileiro para acertar com o CSKA. No futebol russo, terá que se adaptar a um novo país com diferenças culturais, de idioma, temperatura e até problemas de racismo.
“Presenciei racismo duas vezes com o Roberto Carlos (ex-lateral da Seleção). Em alguns lugares acontece bastante, mas em Moscou, onde ele vai jogar, é mais difícil”, afirma o zagueiro João Carlos, do Spartak Moscou.
O meia Dudu Cearense, que jogou três temporadas no time russo, alerta que a chegada de Vitinho não deverá ser fácil, mas que o meia-atacante terá todo o carinho no CSKA.
“A primeira temporada é difícil. São muitos fatores como cultura, frio, idioma (na Rússia, o alfabeto é cirílico, diferente do romano, utilizado no Brasil). Mas ele está indo para um grande clube, com boa estrutura e vai ganhar bem para passar por isso”, afirmou o artilheiro do Mundial Sub-20 de 2003.
O país tem hábitos peculiares e os homens não devem sorrir em situações importantes. Na hora de comprar algo, Vitinho deve barganhar. Os russos são abertos a negociação. Se ele for receber algum nativo em casa é educado oferecer sal e pão enfeitado. Dudu Cearense acha que o Vitinho vai gostar do clube, originário do exército russo.
“O clube é familiar e não deixa os jogadores desamparados. Se tiver problemas no Brasil é liberado. A cobrança não é tão grande como no Brasil”, afirmou o meia, bicampeão russo em 2005 e 2006.
João Carlos lembrou que o verão russo está no fim. Hoje a previsão é que a temperatura chegue no máximo a 17 graus.
“Ele vai estar sozinho, chegando em um período complicado pois está esfriando. O primeiro inverno é dureza. Ele vai sentir, mas depois acostuma”.
Curiosidades do país que é craque em dança
A cultura russa é recheada de peculiaridades como, por exemplo, a superstição de que homens e mulheres solteiros não devem sentar nas esquinas para não correr o risco de não casar. Como tradição na Rússia e Europa, Vitinho deve ser chamado pelo sobrenome, no caso, Santos, mas pode requerer o apelido na camisa aos dirigentes.
Na parte da culinária, destaque para o Kotleti, que são bifes de carne picada com cebola e pão, e para a famosa sopa russa:
“A sopa, acho que se chama Borsch, é muito boa. Eu adorava quando morava lá, principalmente durante o inverno”, conta Dudu Cearense sobre a iguaria que é feita com batatas, beterrabas, repolho e carne, que é servida com natas e ervas picadas.
Na dança, a Troika é tradicional no país, assim como o balé de Bolshoi, reconhecido em todo mundo na formação dos maiores bailarinos do planeta.