Por rafael.arantes

Ucrânia - Longe de casa, dos amigos e da Seleção. Assim, Wellington Nem vem passando os primeiros meses no Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, equipe para a qual se transferiu em junho deste ano. Ao mesmo tempo em que o craque se mostra empolgado com o novo clube, o pensamento também se depara com as preocupações. Lesionado, o jogador admite que a expectativa de conseguir um lugar na seleção brasileira para a Copa de 2014 é baixa. Segundo o atleta, o objetivo atual é conseguir se recuperar, voltar a atuar pelo clube ucraniano e mostrar, gradativamente, que tem totais condições de integrar a equipe de Luiz Felipe Scolari.

"Para ir para a Copa acho que tenho de fazer milagre. Estou lesionado, não ando jogando e além disso ainda não fui convocado com o Felipão. Mas não irei desistir, continuarei me dedicando. Sei que a minha hora vai chegar. Agora não estou num momento muito bom em razão da lesão. Eu me machuquei, só joguei dois jogos e estou parado. Mas está sendo uma adaptação muito fácil. São muitos brasileiros aqui, estão sempre querendo ajudar, dando conselhos. As coisas fluem com mais facilidade assim", analisou.

Wellington Nem admite que vaga na Seleção é complicadaDivulgação

Mesmo tendo disputado apenas duas partidas antes de se lesionar, o convívio no novo clube é o melhor possível. Além de se mostrar bastante empolgado com as condições de trabalho oferecidas pelo Shakhtar, Nem não esconde que a tranquila adaptação também ocorreu graças à ajuda dos companheiros brasileiros. Com mais 11 jogadores nascidos no Brasil no elenco, a equipe ucraniana bate recordes e é considerada como o grande celeiro de brasileiros na Europa.

"A estrutura do Shakhtar é muito boa, é diferenciada das demais. A base aqui é uma das melhores do mundo. Temos quatro campos muito bons, uma concentração ótima e um estádio lindo. Os brasileiros, quando chegam aqui, sempre se encantam. É um clube que está sempre brigando por títulos, jogando a Liga dos Campeões, com uma condição de trabalho perfeita. Não há de que reclamar", disse Nem, que aproveitou para revelar como vem se adaptando às diferenças do dia a dia na Ucrânia:

"O idioma é o que mais complica neste início. Agora estou me virando, indo no improviso, mas já já fica tudo certo. Brasileiro é esperto e se vira em todo lugar. Quando vim pra cá trouxe uma mala cheia de comida para previnir. Estou morando perto do estádio, a cidade é um pouco pequena, então sempre saímos para jantar por perto também. Em locomoção é tudo mais tranquilo, mas para ir para os treinos tenho ido de motorista já que ainda não tenho carteira".

Wellington Nem quer fazer história no ShakhtarDivulgação

CRAQUE ATENTO AOS PASSOS DO FLU

Mesmo longe do Fluminense há cerca de quatro meses, Wellington Nem não deixa de acompanhar os passos do ex-clube. Atento ao momento delicado pelo qual o time das Laranjeiras vem passando, o camisa 7 do Shakhtar admite que a eliminação na Copa Libertadores e, principalmente, a saída do técnico Abel Braga foram cruciais para que a equipe acabasse se abalando e tendo a repentina queda de rendimento na temporada. No entanto, o jogador acredita que a má fase tricolor será superada logo.

Nem lamenta saída de Abel Braga do FluErnesto Carriço / Agência O Dia

"Estou sempre olhando os jogos, acompanhando o time. Uma coisa que abalou muito a equipe foi a eliminação na Libertadores. Estávamos muito confiantes em conquistar este título. Isso acabou abalando muito e ainda interfere um pouco. Outra coisa que gerou um grande impacto foi a saída do Abel. Ele é um cara que todos gostam muito, foi um adeus que balançou muito o elenco, mas sei que o Fluminense vai sair dessa", comentou.

Ainda iniciando sua trajetória na Ucrânia, o atacante de apenas 21 anos admite que já sente saudade de diversas coisas do Brasil, assim como de defender o Fluminense. No entanto, o pensamento atual é totalmente de projeção da carreira no novo clube, mesmo não descartando um retorno para o Tricolor no futuro.

"Acabei de chegar aqui à Ucrânia, faz pouco mais de três meses. Quero me firmar aqui, ficar curado desta lesão e voltar a jogar bem. Meu objetivo agora é ficar aqui, Brasil eu deixo mais para frente. Claro que sinto muita falta de lá, da praia do Rio, dos restaurantes, dos amigos, família e da minha cachorrinha que teve de ficar no Brasil. Isso tudo ainda me balança um pouco. Faz falta também vestir a camisa do Fluminense, isso tudo já está deixando saudade", projetou.

Você pode gostar