Rússia - Romulo não tem medo de mutações. O jogador não hesitou em deixar Picos, uma das cidades mais quentes do Brasil, para fazer uma escala em Caruaru, Pernambuco, onde jogou no Porto, e desembarcar no Rio para defender o Vasco. Quando o desafio foi morar na gelada Rússia, para defender o Spartak Moscou, o volante não teve nenhuma dúvida, assim como não teve quando Ricardo Gomes trocou sua posição de segundo para primeiro volante e o consagrou fazendo com que chegasse à Seleção.
“Moscou é bom, mas o trânsito, horrível. Você demora duas, duas horas e meia para ir a qualquer lugar. Para treinar, quando não tem trânsito, levo uma hora para ir e outra para voltar. O problema mesmo é chegar ao centro. Até consegui conhecer bastante coisa. O Kremlin, a Praça Vermelha. Tudo bem bonito. Sempre que tenho uma folguinha tento conhecer algo”, disse o jogador, que fez 23 anos na última quinta-feira.
A adaptação à Rússia foi rápida. Em pouco tempo, Romulo já jogava a Liga dos Campeões, quando uma lesão no joelho o afastou por seis meses do futebol. Quando acabou a recuperação e o volante voltou aos gramados, um novo problema, no mesmo joelho, o tiraria dos campos por mais seis meses.
SONHO DA COPA
Técnico da Seleção, Felipão, admitiu que queria sua convocação, mas não sabia de sua nova contusão. No entanto, Romulo não perdeu a esperança de jogar a Copa do Mundo no Brasil.
“Nossa senhora! Na hora que você se machuca, você pensa um monte de besteiras. Ter que sofrer tudo aquilo de novo. Ficar sem jogar é a pior coisa. Busquei força na minha família. Não tinha jeito. Ainda tenho esperanças de ir ao Mundial, não posso desistir. Estou sentindo o joelho bem. A fisioterapia está boa, sinto ele bem firme. Estou com esperanças, vamos ver se dá”, explica Romulo, que em 10 dias deve voltar a treinar com bola.
O jeito caseiro de Romulo o ajudou entender a Rússia. O volante já arrumou até um jeito de lidar com a diferente culinária do país e até com o famoso (e intenso) frio.
“Em fevereiro, peguei -15 graus. Mas em casa tem aquecimento e você não sente. Em campo, eu não peguei tanto frio para treinar. Acho que só uns -5, que no fim das contas não fica tão frio né (risos)? Só como o que eu conheço: arroz, carne, macarrão, comida japonesa. Sempre trago do Brasil, arroz, feijão e farofa”, explicou Romulo, que nem sonha em conseguir falar russo, mas deseja todos os dias, em português, que Felipão se lembre dele na convocação final.