Santa Catarina - Sensação da Série B, a Chapecoense conta com o faro de artilheiro de Bruno Rangel na caminhada rumo à elite do futebol brasileiro. A meta no início da competição era modesta, não ser rebaixado, mas o que se desenha é o acesso: o clube é o vice-líder, com 46 pontos e seis de vantagem para o Sport, quinto colocado. Goleador do torneio com 22 gols, Bruno Rangel, de 31 anos, revela os segredos do caçula da Segundona.
"O grupo é bem fechado, unido. Nós sabemos o que queremos no campeonato. A maioria dos jogadores não atuou em time em grande e tem gana de vencer. Nosso time não tem astro, um corre pelo outro e tem dado resultado", disse Bruno Rangel, que fala sobre a meta inicial da Chapecoense:
"O objetivo principal era não cair. É o primeiro ano que o clube joga a Série B. Fomos ganhando, ganhando, o time encorpando e as coisas deram certo. Sabia que o clube tinha condição de brigar pelo acesso, mas, para não passar uma falsa esperança para a torcida, estabelecemos a meta de não cair. Agora é focar no acesso. Uns falam em seis, sete vitórias (para garantir o acesso). Estamos tranquilos, perdemos dois jogos seguidos fora de casa (para Paysandu e ABC), os torcedores até ficaram assustados, mas vamos fazer dois jogos em casa (contra o ASA, nesta terça-feira, e Joinville, no sábado) para darmos a volta por cima e nos aproximarmos do acesso", diz.
Bruno Rangel tem um média de 0,9 gol por partida e projeta escrever seu nome na história da Série B.
"Não gosto de falar muito, atrai atenção dos defensores... Minha meta é chegar aos 32 gols. Quero passar o Zé Carlos, que fez 27 gols (pelo Criciúma) e é o maior artilheiro da Série B. Se continuar assim dá para chegar", avisa.
O repertório de Bruno Rangel é variado. Ele fez gols com a perna direita, de esquerda, de cabeça e até com cavadinha...
"Jogador de área precisar ter uma boa finalização. Tenho conseguido ter tranquilidade, que é o mais importante. O atacante precisa tomar uma decisão rapidamente. E eu tenho sido feliz", analisa.
O artilheiro da Série B se notabiliza pelo bom posicionamento. Normalmente, precisa de no máximo dois toques na bola, o domínio e o chute, para marcar. A inspiração é em craques consagrados.
"Romário e Ronaldo. São dois caras que vi jogar e que ganharam Copa do Mundo. Romário era um cara firme, poucos têm a frieza e a arrancada dele. O Fenômeno era mais força e velocidade", afirma.
Bruno Rangel demorou a "explodir". Antes de brilhar pela Chapecoense, ele teve passagem por clubes como Americano, Goytacaz, Macaé, Bonsucesso, Guarani e Joinville. O atacante não conseguiu se destacar. De acordo com ele, culpa de falta de oportunidades e até mesmo por um desempenho abaixo do esperado: "futebol tem dessas coisas", justifica. Natural de Campos, Norte Fluminense, ele mantém o sonho de brilhar no Rio.
"Espero voltar a jogar no Rio e fazer um bom campeonato. Quem sabe em um time grande? Está faltando isso na minha carreira", diz.
O bom desempenho na Série B faz Bruno Rangel ficar na mira de outros clubes. O contrato com a Chapecoense vai até o fim do ano. O foco agora é ajudar o clube a subir para a Série A.
"Estou focado, até para não atrapalhar. O objetivo é subir o time. Depois posso até ouvir propostas", finaliza.