Por pedro.logato

Rio - O placar de 4 a 0 em um clássico é raro, ainda mais quando há características decisivas. E só ocorre quando há um confronto de extremos. Um, excelente, o outro, péssimo.

O Flamengo empolgou com uma grande atuação e o Botafogo fez um papelão, com uma exibição horrorosa. Mas tudo teve muito sentido e só ocorreu por razões transparentes. O triste perdedor já vinha em curva descendente e, mesmo demorando um pouco, acabou punido pela bola.

Jogadores comemoram gol do FlaAlexandre Brum / Agência O Dia

Quem mandou liquidar o banco de reservas perdendo, sem repor, Felyppe Gabriel, Andrezinho, Antonio Carlos, Jadson e Vitinho? E por que o treinador não criou alternativas para sair do rame-rame de bolas para o lado, quase sem atacantes?

Do outro lado, o Fla, após a saída de Mano, que parecia congelado com o time, iluminou-se com Jayme e as suas peças, supermotivadas, começaram a brilhar começando pelo excelente Léo Moura e terminando em Hernane que faz gols como se chupasse picolé. Só podia dar no que deu.

Um time só

Impressionante como o Fla jogou sozinho. Veio com todo o ímpeto, e o Botafogo parou. Vibrava enquanto o Botafogo batia cabeça. O pobre do Gilberto jamais vai esquecer o baile que levou de Paulinho, que talvez nunca mais repita idêntica performance.

Leo Moura comemorou o aniversário como se estivesse em um baile de gala e mereceu todas as homenagens. A defesa nunca teve tanta vida mansa e até André Santos brilhou. Foi o apogeu do Fla na vergonha do Botafogo.

Contraste

Enquanto Jayme de Almeida, mesmo sem um grande elenco, tirou dele o melhor possível com simplicidade e ousadia, Oswaldo naufragou. Desde o jogo com o Vitória, não parou de errar, esquecendo de marcar Juninho contra o Vasco e, diante do Fla, expondo a defesa.
Gilberto, inexperiente, não teve proteção; Renato é ex-jogador em atividade, e faltou ousadia na concepção tática porque, em rigor, não havia um só atacante no time. Ainda assim, com a defesa vulnerável.

Flamenguistas estiveram em maior númeroErnesto Carriço / Agência O Dia

As torcidas

A torcida do Fla é festeira, é a que mais comparece, mesmo com o time fraco, até porque se convenceu de que, pelo número, influi nos resultados, o que é uma meia-verdade.

A do Botafogo é grande, mas não nos estádios, porque tem um perfil exigente e está traumatizada desde o início do século por vexames em série, sobretudo em competições nacionais. Seria cansativo enumerá-las. Ela só voltará em massa, como nos anos 60 e 70, quando vitórias decisivas devolverem a sua confiança.

Dois filmaços

Em cartaz desde sexta passada, dois grandes filmes: ‘Os suspeitos’, com Jack Gyllenhaal (foto), suspense e clima de tensão como há muito não se via. O outro passa quase em branco mas redime o cinema italiano em má fase:

‘Terra firme’, documento social e político sobre a crise europeia e o drama dos imigrantes africanos com um toque humanista. E dos que começam hoje, prometem muito o novo de Ridley Scott ‘ O conselheiro do crime’ e o drama de guerra ‘Mar ao amanhecer’.

Ibrahimovic vive grande faseReuters

Curtinhas

Ibrahimovic continua arrebentando e, no grupo dos grandes jogadores do futebol mundial, é o que atravessa a melhor fase. Será pena se não vier para a Copa e tem gente, a essa altura, que já começa a torcer (e acreditar) nos suecos. Os portugueses que não levem a mal.

E o Corinthians campeão mundial chega a um fim de ano lamentável, sem ganhar nada, com frustrações em série, fora da luta pelo G-4 e eliminado da Copa do Brasil, nos pênaltis, em que Pato, mais uma vez, fez tremenda lambança ao tentar a cavadinha.

Mais um ano que o Inter promete muito e nada faz. Com elenco caríssimo, a campanha é fraca no Brasileiro e, agora, sai da Copa do Brasil eliminado por um clube com elenco modesto como o Atlético-PR. E Dunga fala muito, reclama de tudo, mas entrega pouco.

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