Por pedro.logato

Rio - Preste atenção neste nome: Jéssica Lima. Com apenas 13 anos e 1,98 metro, a central do time mirim e infantil do Tijuca Tênis Clube pode ser tornar a jogadora mais alta do vôlei mundial. Não, não é exagero! Apenas quatro centímetros a separam das gigantes russas

Ekaterina Gamova e Yulia Merkulova e da italiana Valentina Diouf, todas com 2,02m. Até mesmo a nossa gigante Thaisa, a mais alta da seleção brasileira (1,96m) já foi superada. Como deve ganhar muitos centímetros até a Olimpíada do Rio, em 2016, quando terá 16 anos, Jéssica pode se tornar uma boa opção para o técnico José Roberto Guimarães.

Jéssica Lima tem apenas 13 anosarquivo pessoal

“Sei que vou crescer ainda mais. O médico me disse que há espaço no meu joelho mostrando isso. Ele só não sabe ainda quanto”, diz Jessica, que pode superar os 2,07m, segundo a projeção inicial dos médicos.

Mesmo que não supere a barreira dos dois metros, o que já seria um recorde na história do vôlei feminino brasileiro, a altura atual de Jéssica já é mais do que suficiente para ela sonhar alto. Exemplos não faltam para se espelhar. Um deles é a oposto Melissa Vargas, de 1,86m, que aos 14 anos já é titular da seleção principal de Cuba.

“Já a vi atuar pela TV. A Melissa foi convocada com 13 anos e joga muito bem. Eu também me vejo um dia na seleção brasileira adulta. É onde quero chegar”, revela, confiante, a jovem atleta que recentemente foi convocada pela primeira vez para a seleção brasileira de vôlei de praia.

Foi um bom início para quem começou a jogar há três anos e herdou dos pais a altura e a paixão pelo vôlei. A mãe é a ex-jogadora Bianca Victor, de 1,86m, que passou por Fluminense, Flamengo e Tijuca. Já o pai, Gilcimar Santos, é um gigante de 2,10m, que foi jogador de basquete de Tijuca, Fluminense e Vasco, até abandonar o esporte.

“Minha mãe e minha tia jogaram vôlei e meu pai, basquete. Acho que isso influenciou, além do meu tamanho. Com 10 anos eu já tinha a altura dela, 1,86m e calçava 42. Mas não sou apenas alta, tenho agilidade”, garante a promissora jogadora do Tijuca, que já tem o aval de um gigante do vôlei masculino.

“Ela está no caminho certo. Começou a jogar nova e tem o DNA esportivo. Vai dar certo, só tem que trabalhar muito e ter paciência”, acredita o oposto da seleção brasileira Leandro Vissotto, do alto dos seus 2,12m.

Atleta leva na boa os problemas com a altura

Não é fácil ter 1,98m com apenas 13 anos. Principalmente quando você tenta encontrar uma sandália tamanho 50 ou não acha uma calça jeans para o seu tamanho. Mas, apesar dos problemas do dia a dia, Jéssica curte a altura.

“No ônibus é difícil. Minha perna não cabe, sempre ando encolhida. Já sandália e sapato meu pai tem que encomendar fora. Durmo em um cama de casal com pé para fora e troco a lâmpada. Mas já me acostumei com a minha altura. Tento levar tudo na boa”, garante.

Exemplos para Jéssica é o que não faltam. A começar pela mãe, sua maior referência em casa, além das estrelas do vôlei mundial, que souberam tirar proveito da altura.

“A Gamova é referência, por ser muito grande e uma das melhores do mundo. Já a Thaisa e a Fabiana (1,93m), desde pequena eu dizia que queria ser igual a elas. Quem sabe chego lá”.

‘Podemos estar diante de um fenômeno’

Jéssica Lima é tratada como joia rara por seus treinadores. Uma joia que pode deixar de ser promessa e virar realidade na Olimpíada do Rio, em 2016.

“Podemos estar diante de um fenômeno. Ela pode crescer mais cinco centímetros (2,03m). Vai depender dela e dos profissionais envolvidos. O importante é não quebrar etapas no processo”, garante Júlio Kunz, o ‘descobridor’ de Jéssica e assistente técnico das seleções de base femininas de vôlei de praia da CBV — também revelou Thaisa. “A Jéssica tem destreza motora e é bem coordenada. Ela lembra a Thaisa e pode evoluir muito”, avalia.

O técnico Mario Mattos, que treina Jéssica no Tijuca, também aposta na pupila. “Ela vai alcançar os 2,02m facilmente”, aposta o treinador.

“Antes as pessoas viam só uma menina grande. Hoje estão vendo uma menina grande jogar. O assédio só está começando”, prevê.

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