Rio - Ele foi o piloto que chegou mais perto de tirar o Brasil da seca de 22 anos sem conquistar um título mundial da Fórmula 1. Por instantes, todo o país comemorou com Felipe Massa, mas Timo Glock não segurou a pressão de Lewis Hamilton e foi ultrapassado pelo inglês na subida da reta dos boxes de Interlagos em 2008. Esse foi o momento mais marcante da passagem de Felipe pela Ferrari, mais tradicional entre todas as equipes da Fórmula 1. Massa defendeu a escuderia por sete anos e se despediu neste domingo justamente no palco onde venceu duas vezes e por pouco não se eternizou na história do automobilismo. Em 2014, o brasileiro vai defender a Williams.
Entre vitórias e derrotas, Felipe deixa a equipe com méritos, uma grande história e só tendo feras como companheiros de equipe. O brasileiro correu com carro vermelho ao lado de Michael Schumacher, o maior recordista de todos os tempos da Fórmula 1, Kimi Raikkonen, último campeão pela mundial pela Ferrari, e Fernando Alonso, bicampeão mundial pela Renault e considerado por muitos o piloto mais talentosos da atualidade.
>>>Confira os momentos marcantes de Felipe Massa na Ferrari
Em sua última corrida vestindo o Macacão vermelho da Ferreri, o brasileiro teve uma despedida melancólica. Piloto da rossa desde 2006, com onze vitórias em 194 disputas, nono colocado no grid de Interlagos, Felipe conseguiu uma bela largada e, assim, ia melhorando de posição na corrida até que, na 32ª volta, dono do quarto posto, cometeu uma infração infaltil: atravessar com as quatro rodas uma linha demarcatória de segurança na via de acesso aos boxes de Interlagos.
Depois de tantas emoções, Massa vai para uma casa conhecida de pilotos brasileiros. A Williams já teve Nelson Piquet, Ayrton Senna, Antonio Pizzonia, Rubens Barrichello e Bruno Senna.
2006/2007 - Estreia ao lado de Schumacher e consolidação como grande piloto
Depois de três anos acumulando resultados satisfatórios na modesta equipe Sauber, pela qual não conseguiu nada mais do que um 12º lugar no Mundial de Pilotos na temporada de 2004, Felipe recebeu o convite que todo piloto deseja sonha: dirigir uma Ferrari. Em 2006, ele se juntou a Michael Schumacher na escuderia italiana.
A primeira temporada foi de aprendizado para o brasileiro, que foi premiado com duas vitórias, uma no Grande Prêmio da Turquia e outra emocionante em Interlagos, que derrubou um jejum de 14 anos sem vitórias brasileiras em casa. O triunfo ainda teve um fato especial: Massa foi o primeiro piloto na história da Ferrari a não utilizar o macacão todo vermelho. Nesta corrida, o brasileiro utilizou as cores da bandeira do Brasil.
Em 2007, a Ferrari tinha a grande concorrência da McLaren, cuja dupla de pilotos era Lewis Hamilton e Fernando Alonso. A equipe inglesa despontou como favorita para vencer a temporada. Mas brigas internas deixaram o clima pesado. Na última corrida do ano, novamente em Interlagos, Massa abdicou da vitória para deixar o título com Kimi Raikkonen.
2008/2009 - Campeão mundial por dez segundos e acidente grave
O ano de 2008 foi consideravelmente o melhor para Felipe Massa. Mesmo assim, o brasileiro sofreu com alguns erros que foram cruciais para a perda de pontos importantes na temporada. Superando esses percalços, Felipe chegou a Interlagos com chances de conquistar o campeonato. E tudo estava dando certo até a última curva, quando Hamilton conseguiu ultrapassar Timo Glock e conquistou os pontos necessários para vencer o seu primeiro título mundial. Massa ficou com o vice mundial.
Em 2009, as coisas não andavam bem para a Ferrari. O mundo da velocidade via o domínio da Brawn. A Ferrari já não tinha o mesmo brilho de outrora. E quando se pensava que nada poderia piorar, Massa foi atingido na cabeça, no GP da Hungria, por uma mola que saiu do carro de Rubens Barrichello, que guiava pela Williams. O acidente forçou Felipe a parar pelo resto da temporada e quase o deixou sem a visão do olho direito.
2010/2013 - Chegada de Alonso e queda de produção
Após o acidente na Hungria, Felipe nunca mais teve o mesmo rendimento dos outros tempos. E a partir de 2010 ele teve um companheiro de equipe indigesto: Fernando Alonso. Além de trazer um pomposo patrocinador para a Ferrari, o espanhol mostrou por que é bicampeão mundial. Nas quatro temporadas, o espanhol foi altamente superior ao brasileiro.
Enquanto o príncipe das Astúrias sempre brigou pelo campeonato, mesmo com carros inferiores, Felipe não conquistou muitos pódios e sempre brigava por posições intermediárias no grid.Com isso, uma enxurrada de críticas surgiu para Felipe Massa, inclusive o "Gazzeta Dello Sport", jornal italiano, chegou a chamar a utilização do brasileiro como piloto da Ferrari de "Desperdício de Gasolina".
Este ano, após muita especulação, a Ferrari confirmou que não renovaria contrato com Felipe Massa. O brasileiro, então, acertou com a Williams para seguir sua trajetória na Fórmula 1.