Por pedro.logato

Rio - Na verdade, nem é necessário entrar no mérito jurídico da questão para lamentar que o Brasileirão ainda esteja indefinido e com total risco de os resultados de campo não valerem nada.Para início de conversa, é um absurdo total essa perda de pontos - ao do jogo acrescida de três pontos - para punir um clube.

A alta multa pecuniária seria o suficiente, mesmo assim se ficasse claro que houve má-fé na infração, porque algumas vezes há equívocos na comunicação e prazos exíguos demais. Fazer um julgamento como o de Heverton, da Lusa, para uma sexta à noite exigindo-se o cumprimento da punição 36 horas depois em um fim de semana é dose pra elefante.

A Portuguesa estava desavisada, colocou o jogador a poucos minutos do fim e ele não teve a menor participação em um resultado que, aliás, foi o previsível porque interessava às duas equipes. Rebaixar a Portuguesa e beneficiar o Fluminense por isso é um soco na barriga da justiça, desmoraliza o campeonato e desrespeita o torcedor.

Fluminense pode escapar de rebaixamentoAndré Mourão / Agência O Dia

SUSPEITA GERAL

O torcedor comum — sabe-se — adora teorias da conspiração e às vezes nem acredita no que diz. Mas nesse caso da Lusa, é possível se especular sobre tudo a sério. Será que alguém na Portuguesa foi subornado para cometer um erro? Pessoas ligadas ao Fluminense podem ter agido para causar o problema? O que pode ter sucedido nos bastidores para beneficiar um clube política e econômica mente poderoso em detrimento de outro, quase pequeno, sem blindagem?
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A CBF NEM ESTÁ AÍ
José Maria Marín, sempre que possível, se omite para decidir assuntos mais polêmicos ou tomar à frente de situações que possam levemente compromete-lo — não à sua credibilidade mas à sua dependência aos poderosos e ao stablishment. Nesse caso da Portuguesa e do Vasco, já lavou as mãos e deixou tudo para os tribunais, não se dignando sequer a dar uma declaração a favor da ética no futebol ou se comprometer a participar das medidas para garantir a segurança.
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FORA E NUNCA MAIS
Um cartaz exibido por um torcedor vascaíno expressa bem a revolta e a tristeza pela situação que o Vasco vem enfrentando nos últimos anos.Pede a saída de Roberto Dinamite que, mesmo com o mérito de ter afastado Eurico, faz uma administração pífia, cercando-se de pessoas despreparadas.Tudo bem que o clube não vive o regime ditatorial anterior, mas isso é pouco. Importante também é rechaçar a possível volta de Eurico no rastro do fracasso de Roberto.
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PROTEÇÃO ELITISTA
Quando aconteceu a Rio Eco 92 os temores sobre a insegurança no Rio se dissiparam porque houve um poderoso esquema de segurança com participação das Forças Armadas.Daí por diante, criou-se um parâmetro até nacional: apesar dos altos índices de violência, os grandes eventos ficam blindados.Foi mais ou menos essa a mensagem de Valcke aos que temem pela violência na Copa. Quer dizer, nós, simples cidadãos, que nos danemos na dura rotina.
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CURTINHAS
Tite deixou rapidamente de figurar nos planos do Botafogo não apenas pelos altos valores envolvidos mas porque deve ir em breve para o exterior. A solução caseira Eduardo Hungaro parece agora mais viável, embora muita gente no clube preferisse Ney Franco.
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Está rolando mais uma edição da Footecon, evento idealizado e promovido por Parreira, grande estudioso e teórico do futebol.É uma iniciativa louvável, embora tenha se perdido nos últimos anos por uma certa elitização e mesmice, sem força para promover mudanças reais.
Se os clubes brasileiros que disputam a Libertadores não se reforçarem e mudarem a estrutura, haverá frustrações prematuras.Hoje, à exceção dos dois mineiros, ninguém está preparado para chegar ao título. O Fla de Jayme e o Grêmio só têm , por enquanto, camisa e tradição.
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