Por rodrigo.hang
Rio - Antes mesmo de surgir Garrincha e Pelé, os dois maiores craques brasileiros de todos os tempos, Leônidas da Silva já encantava a todos pelos campos de futebol do país. Não à toa, é considerado um dos mais importantes jogadores da primeira metade do século XX e tido como um dos responsáveis pela popularização do futebol no Brasil. Apelidado de Diamante Negro, o ídolo faleceu no dia 24/01/2004, há dez anos. O ex-atacante morreu aos 90 anos. Ele sofria de pneumonia e mal de Alzheimer.
Leônidas da Silva (D) ao lado do atacante Ademir MenezesAgência O Dia

Leônidas começou sua carreira profissional no São Cristóvão, em 1929. Ele teve boas passagens por três grandes clubes do Rio (Vasco, Botafogo e Flamengo), pelo tradicional Peñarol, do Uruguai, mas foi no São Paulo, pelo qual jogou por oito anos, que fez sucesso, conquistando cinco campeonatos paulistas.

Atuando pelo Vasco, Leônidas foi convocado pelo técnico Luis Vinhaes para a Copa do Mundo de 1934, na Itália, sob regime fascista do ditador Benito Mussolini. Na única vez em que esteve em campo, o atacante fez o solitário gol do Brasil na eliminação para a Espanha, por 3 a 1, nas oitavas de final. A boa impressão deixada fez com que o jogador fosse lembrado para a Copa seguinte, na França.

O Diamante Negro foi ídolo no FlamengoDivulgação

Em 1938, o Brasil mais uma vez não conquistou o já almejado título mundial. Mas Leônidas marcou oito gols - o que fez dele o primeiro brasileiro a ser artilheiro de uma Copa - e levou a Seleção à terceira colocação, ao vencer a Polônia. Admirada com seu faro de gol, com sua capacidade de liderança e com sua figura imponente em campo, a revista francesa "Paris Match" o apelidou de "Diamante Negro". O chocolate que leva o mesmo nome, vendido até hoje, foi uma homenagem a ele.

Também conhecido como "Homem-Borracha", por sua elasticidade em campo, Leônidas teria inventando a bicicleta, lance de efeito no futebol. Há quem diga que o criador foi um outro jogador brasileiro, Petronilho de Brito, mas foi com Leônidas que o lance ganhou notoriedade. Ele fez esta jogada pela primeira vez no dia 24 de abril de 1932, em uma partida do Bonsucesso, poucos meses antes da Copa do Mundo. No Flamengo e no São Paulo, ele executou apenas uma e duas vezes, respectivamente. Na Copa do Mundo de 1938, o Diamante Negro marcou um golaço de bicicleta. Entretanto, o juiz não validou por desconhecer esta técnica.

Leônidas virou um fenômeno popular no fim dos anos 1930. Alcançou o prestigiado patamar de ícones como a cantora Carmem Miranda, maior estrela do rádio, Orlando Silva, o cantor da multidões, e até mesmo de Getúlio Vargas.
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Na Seleção, Leônidas fez incríveis 37 gols em 37 jogos. Outra marca espetacular é com a camisa do Flamengo. Ele fez 150 gols em 179 partidas, o que faz dele um dos maiores jogadores da história do clube.
No dia 6 de setembro do ano passado, quando Leônidas faria 100 anos, Flamengo e São Paulo o homenagearam. O Rubro-Negro utilizou uma camisa com a hashtag #Leônidas100 às costas, contra o Vitória, pelo Brasileiro. Já o Tricolor presenteou a viúva do ídolo com uma camisa especial e uma bandeja de prata. Até o Google prestou seu tributo na sua página principal de buscas, fazendo de seu logo um vídeo do chute de bicicleta, principal jogada do atacante.
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Nesta sexta, o São Paulo voltou a prestar uma homenagem a Leônidas. Em seu site, o clube relembrou a passagem do craque e exaltou os feitos do Diamante Negro.