Por fabio.klotz

Rio - A incerteza quanto ao rendimento ficou para trás. Um problema no pé esquerdo atrapalhou Valtinho por duas temporadas. Ele teve de atuar no sacrifício muitas vezes. As dores fazem parte do passado. O armador de Uberlândia vem brilhando no Novo Basquete Brasil 6 e lidera o ranking de assistências com média de 8,11 passes para cesta por jogo.

Valtinho se destaca aos 37 anos e projeta mais dois anos em alto nívelDivulgação

"Este ano estou mais regular. Assistência é uma coisa que gosto. Está sendo bom. Eu gosto de jogar, de ajudar minha equipe a fazer cesta facilmente. Meus companheiros me ajudam a dar assistência. É natural", diz o armador.

O momento em quadra é coroado com bom astral. Pudera. A dúvida sobre o futuro não existe mais. A ordem de Valtinho é aproveitar, sempre com sorriso no rosto.

"Nos dois últimos anos praticamente fiquei parado. Nem sabia quanto tempo ia jogar. Mas me livrei das dores. O pé está bom. A cabeça está boa. Quero aproveitar. Pretendo jogar mais duas temporadas em um nível legal, para terminar bem", projeta o camisa 9.

Valtinho tenta levar o Uberlândia ao G-4 do NBBDivulgação

O foco atual de Valtinho é levar o Uberlândia ao G-4 do NBB. Atualmente, o clube mineiro ocupa a sexta colocação, com 12 vitórias em 19 jogos. A irregularidade do time vem pesando. Além disso, o vice-campeão do NBB 5 não tem aproveitado o fator quadra.

"Nunca perdemos quatro, cinco jogos em casa. Está sendo ruim para a classificação e torcida. Nosso time é bom, joga junto faz tempo. Esta temporada vem sendo de altos e baixos. Ganhamos um jogo difícil e aí perdemos em casa. Podíamos estar melhor na tabela. Não conseguimos cinco, seis vitórias seguidas. Está faltando esta sequência de vitória", analisa.

Valtinho e Uberlândia tiveram de lidar com a troca de comando. Hélio Rubens foi demitido e deu lugar a João Batista.

"Todo mundo sentiu (a saída de Hélio Rubens). Todo mundo gostava dele, como pessoa e técnico. O time prosseguiu. O próprio Hélio falou: 'O time segue e eu torço por vocês'. No começo foi um baque, mas nos unimos para levar o barco. Já passou esta fase. João chegou. Ele não mudou tanto, deixou os jogadores à vontade. O time já está com a cara dele", declara Valtinho, que chegou a enfrentar João Batista no início de carreira.

Rivalidade e 'clima' com o Flamengo

A rivalidade entre Uberlândia e Flamengo cresceu nos últimos anos. Os clubes se encontraram nas quartas de final do NBB 4 e na decisão do NBB 5, ambos com vitória do Rubro-Negro. Quando Valtinho enfrenta o clube carioca, a torcida não perdoa e pega no pé. Não tem jeito. E não é de agora.

"É bom jogar com ginásio lotado, contra e a favor. A torcida perturbando. É bom demais, dá aquele arrepio, gosto disso. Todo mundo acompanha os jogos contra o Flamengo. Lá em Brasília disputamos três finais seguidas. São jogos que você espera mais do que outros", diz o experiente armador de 37 anos.

Valtinho revela que uma vez "pintou um clima" com o Flamengo. O Rubro-Negro sondou o armador entre 2006 e 2007: "Não quis arriscar", diz o camisa 9.

O armador viveu a rivalidade com o Flamengo à flor da pele quando defendeu o Vasco em 2008, por apenas três meses.

"Foi uma experiência legal. De fora não dá para saber como é realmente um Flamengo x Vasco. É uma loucura. Só sabe quem joga mesmo, para ver o calor, o contato com os torcedores", encerra.

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