Por fabio.klotz

Rio - Os elogios do presidente Dana White não seduzem Lyoto Machida. A relação, que já foi de amor e ódio, hoje é profissional, baseada na rápida ascensão que o Dragão teve nos médios do UFC. Em sete anos de evento, o ex-campeão dos meio-pesados foi do calor da conquista à frieza da "geladeira" por não concordar com algumas decisões. Reaquecido após duas vitórias - a última sobre Gerard Mousasi, sábado, em Jaraguá do Sul -, Lyoto, de 35 anos, colhe os louros do posto de próximo desafiante na divisão até 84 quilos. Cético, porém, quer ver para crer.

Lyoto pode ser o próximo desafiante ao cinturão dos médiosDivulgação

Recuperando-se de lesão no pé esquerdo, Machida está (até que digam o contrário) confortavelmente à espera do vencedor de Vitor Belfort x Chris Weidman, dia 24 de maio. O baiano, no entanto, não conta com a promessa da organização enquanto não virar realidade. Os elogios podem causar frustração, na opinião do carateca.

“Dana é muito crítico. Ele fala o que vem à cabeça, mas também sabe reconhecer o trabalho dos outros. Sei que preciso mostrar algo para continuar tendo moral”, frisou Lyoto, sem ressentimento.

“Não há mágoa. Nosso relacionamento melhorou. Não dá pra dizer que vivemos em lua de mel, seria falar demais, mas algo mudou”, reiterou.

Quando o assunto é cinturão, entretanto, Lyoto evita adversário favorito. O brasileiro até deixa transparecer certa preferência por enfrentar o americano Chris Weidman, atual campeão.

“Será uma luta dura e não caio no erro de que vou encontrar facilidades contra um ou outro”, decretou, acrescentando. “Belfort leva vantagem por ser explosivo e veloz. A chance do Weidman é ganhar tempo para vencer no decorrer do combate. O americano gosta de aplicar quedas e conduzir para baixo. Esse será o diferencial dele”, analisou o Dragão, otimista em gravar seu nome ao lado de BJ Penn e Randy Couture no hall dos que conquistaram cinturões em duas categorias do UFC.

'Torço pela volta do Spider'

Você tem a consciência de que num combate valendo o cinturão não pode correr o risco de deixar a decisão para os jurados?

"Minha ideia é evitar que o combate vá para a decisão. Mas para um atleta de autorendimento não é tão fácil quanto se imagina. O adversário conhece seus pontos fortes e fracos e não adianta se afobar, porque pode custar caro."

Os treinos para o próximo combate serão nos EUA?

"Optei por morar nos EUA e levei a família para lá. É a tendência que eu mantenha meus treinos fora, mas nada impede que eu faça um trabalho ou outro no Brasil. Lá a estrutura é melhor."

Acredita que Anderson Silva, seu amigo de treinos, conseguirá voltar a lutar em alto nível?

"Acho que é questão de tempo. Ele superou muitas coisas e a lesão não vai atrapalhar. Só precisamos saber qual será seu objetivo de vida. Se é voltar ou aposentar. Potencial ele tem e torço pela volta do Spider."

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