Rio - Só mesmo por estar em um grupo fraco, o Botafogo continua na liderança e na briga pela classificação. Mas, com um centroavante ridículo como Ferreyra, sem organização, dispersivo e com jogadores sem controle emocional, o time mostrou que só por milagre irá longe na Libertadores. O primeiro tempo do Botafogo foi horroroso com hesitações da defesa, um meio-campo sem imaginação e um ataque inexistente.
O Del Valle, apesar da mediocridade, jogava com mais intensidade, fez merecidamente o seu gol e poderia até ter aumentado a vantagem se os seus atacantes tivessem um pouco mais de pontaria.Nem mesmo a altitude ou o gramado em péssimas condições justificaram a apatia do Botafogo, hábito estimulado no Estadual.
No começo do segundo tempo, as coisas melhoraram um pouco com a melhor atuação de Lodeiro.Bastou forçar um pouco mais e Bolivar conseguiu o empate.Parecia o começo da virada. No entanto, duas expulsões a 20 minutos do fim comprometeram tudo. O Botafogo mostra que não está preparado para a Libertadores.
FALSO BRILHANTE
Com a decadência de algumas competições internas, a Libertadores ganha cada vez maior prestígio. Mas ela está longe de ser bem administrada ou sequer comparável aos torneios europeus. Não paga bem, os gramados continuam ruins, as arbitragens ainda são tolerantes com a violência e o nível técnico cai porque a nata dos jogadores atua na Europa. A emoção permanece pela rivalidade latino-americana e é possível melhorar muito. No atual contexto, uma válvula de escape.
SINAL DE PERIGO
Diante de um público pequeno, o Cruzeiro decepcionou ao perder para o Defensor, em Montevidéu. Pelo alto investimento e pela qualidade do time, o Cruzeiro rateia nos jogos fora de casa e, com duas derrotas, já não vive situação confortável. Embora o time seja bom, está passando uma certa soberba e o pênalti perdido por Dagoberto (foto) é um sintoma disso. É preciso que Marcelo deixe claro que, para ganhar a competição, não basta ser o melhor - é preciso jogar como o melhor.
SÓ ESPERANDO 2016
As tais obras da Copa, que ficariam como legado, já foram para as calendas, excetuando-se alguns bons estádios nos principais centros, mesmo assim com dinheiro público. As melhorias nos aeroportos e a mobilidade urbana ficam adiadas, como, por exemplo, a Transcarioca que será concluída em plena Copa. Com mais calma e paciência, poderemos ter, no caso carioca,uma cidade melhor daqui a dois anos, incluindo talvez o Porto Maravilha. Tem que ser otimista.
SILÊNCIO VALE OURO
A Fifa tem até bons fundamentos para justificar a decisão de cancelar discursos na cerimônia de abertura da Copa. Na maré atual, o público anda muito nervoso e se manifestações de rua já são previstas, a ideia é não criar um clima retórico de incentivo. Curioso que a Fifa se meta nesse tipo de veto porque está proibindo autoridades do Brasil, incluindo a presidenta Dilma, de falar, se assim desejarem. Como sugestão, seria perfeito mas, como determinação, é meio surreal.
UMA REUNIÃO EM TEMPOS DE LEI SECA
Quem observar — e nem precisa tanta atenção assim — as fotos da reunião para reeleger Rubinho na federação vai se lembrar não dos novos, mas dos velhos tempos da Lei Seca nos EUA, um clima meio mafioso no ar. Reverências, olhares esquivos, tapinhas nas costas e até o famoso beija-mão como se ali muitos participassem de uma reverência e de um conluio. Tudo típico do poder no futebol.
