Por pedro.logato

Rio - Falar que Messi atuou bem, decidiu ou fez grandes jogadas é um maravilhoso lugar comum que não deveria causar mais o menor espanto. Mas não é assim que funciona. Mesmo com jogadas conhecidas, ele assombra pela regularidade, leitura do jogo, colocação em campo, dribles curtos e rápidos, corrida perfeita com a bola pregada na chuteira e conclusões fabulosas.

O último jogo nem foi um marco em sua carreira, mas voltou a lembrar os seus melhores momentos, até pela facilidade e constância com que serviu os companheiros em bolas que até poderiam ser mais bem aproveitadas. Ver Messi jogando no seu normal é um raro prazer e não é preciso torcer por sua camisa. Torce-se por ele,ou seja, torce-se pelo talento excepcional do craque abençoado.

Os adversários precisam rezar muito para que não jogue a Copa no seu normal. Com a companhia de gente como Agüero, Higuain e Di María, ele poderá operar milagres ainda que o sistema defensivo argentino não seja dos melhores. Pelo menos nesta véspera de Mundial, Messi é a grande atração da Copa.

Messi decidiu clássicoEfe

GATOS PINGADOS

Apesar do título e da ótima campanha, a torcida do Flamengo decididamente virou as costas para a Taça GB, até mesmo em dia de festa e entrega de faixas em agradável domingo no Maracanã. Menos de 5 mil pagantes é a prova final de que a competição ficou micada e não deixou espaço para um mínimo de motivação. É preciso diminuir o número de clubes na competição e, para remediar a lambança, voltar ao regulamento anterior, com turnos rápidos e sem os pontos corridos.

O VEXAME

O pessoal do Botafogo pode inventar uma desculpa por dia, mas não convencerá ninguém de que o planejamento para o Estadual foi acertado. Chegou em nono,com menos de 40% de aproveitamento, vergonha histórica — o time foi tão poupado que agora fica um período incômodo sem atividade. Além disso, a frustração com o elenco foi enorme, a começar pelas atuações bisonhas de Renan. A esperança fica com Zeballos, que não pode ser pior do que Wallyson e Henrique.

NÃO É COM ELE

De vez em quando, o presidente da federação do Rio, Rubens Lopes, dá entrevistas a emissoras de rádio e, com ares de rei da cocada preta, deita falação sobre os problemas do futebol carioca, culpando os clubes, mas jamais se referindo ao inchaço da competição e às ligas fantasmas que alimenta de uma forma legal, mas espúria. Como não é lembrado por isso, sai de fininho porque o seu poder depende disso. Os grandes poderiam brigar, mas não se unem e são hipócritas.

RECEIO VÁLIDO

A atuação de Daniel Alves contra o Real foi bem fraquinha e, no primeiro tempo, as principais jogadas adversárias saíram em cima dele. Di María deitou e rolou e não houve qualquer atitude nem dele, nem do resto da defesa ou do treinador do Barcelona.Há muito tempo, Daniel falha nos momentos ofensivos, com vacilos de marcação e um certo desligamento. Se a sua postura não mudar, isso preocupa e ele poderá perder a posição para Maicon ou Rafinha na Seleção.

O BASQUETE AINDA É SUBAVALIADO

Apesar do bom público que prestigiou o Flamengo na bela conquista da Liga das Américas — mais do que o registrado no Maracanã na última rodada da Taça Guanabara —, o brilho rubro-negro lembra que poderia haver muito mais apoio a um esporte que já foi o número 2 do país e que tem sido trucidado pela desunião e incompetência dos dirigentes. No vôlei, muitos cartolas enriqueceram, mas os títulos internacionais vieram. No basquete, nem isso.

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