Por pedro.logato

Rio - Em outros tempos, de muitas individualidades, um time chegava ao título basicamente por ter maiores valores individuais. As estrelas decidiam quase sempre. Mas, nas últimas décadas, se elas continuam fundamentais, nem sempre isso basta. Como há um grande equilíbrio geral na parte técnica, o fundamental passou a ser uma melhor organização tática e forte determinação.

Um pequeno exemplo é o atual Vasco que se reinventou com Adilson Batista e se impôs diante de um Fluminense que se pendurou somente nos seus medalhões. O esquema de Adílson foi mais corajoso desde jogos anteriores quando não temeu deixar atrás só dois volantes e apostou em um trio ofensivo. Ao contrário, Renato especulou demais com o empate escalando Rafinha e não ousou com Wagner.

Apenas um detalhe que fez a diferença mas o Vasco não chegaria lá se o elenco não superasse os problemas internos com impressionante dedicação. Se será campeão, não se sabe. Mas uma coisa é certa: se o Fla quiser aumentar a sua hegemonia no Rio terá que jogar mais do que mostrou na Libertadores e, pelo menos, igualar o Vasco em espírito de luta.

Com a vitória%2C o Cruzmaltino volta a disputar uma final de Estadual%2C após dez anosMárcio Moraes / Agência O Dia

PARADA DURA

O Flamengo chega a duas semanas decisivas em que joga o seu futuro na Libertadores e, ao mesmo tempo, vai a uma finalíssima com o Vasco. E pelo que o próprio clube se propôs já não pode mais priorizar nada. O título carioca é importante até pela rivalidade com o Vasco e a Libertadores pelo que ela representa, virou sonho de consumo de todos. O preço já está sendo pago por problemas variados de lesão e a ausência de Léo Moura pesa. O duplo desafio não é brincadeira de criança.

NA CORDA BAMBA

Com o alto investimento de sua patrocinadora que também bancou a volta de Renato, a situação do Fluminense chegou a um ponto delicado porque, depois de perder para um time muito mais barato, viu seu treinador cair no duelo tático. Pior: o time deu sequência a uma série de micos e conseguiu perder do desconhecido Horizonte. O Flu continua franco favorito mas ele já não era contra o Madureira, os reservas do Botafogo, o Horizonte e o próprio Vasco?

O APELO DA TORCIDA

É possível que amanhã o Maracanã tenha um público superior a 30 mil pessoas. Se isso ocorrer, o limitado time do Botafogo terá um grande empurrão para a classificação antecipada na Libertadores. Além disso, melhora o astral de um clube que vive momento politicamente complicado, sem caixa para pagar os seus compromissos. O bloqueio da renda pode ser um empecilho para esse reforço financeiro e oferecerá um amargo contraste entre a força histórica e dura realidade do Botafogo.

TUDO MUITO IGUAL

O Campeonato Paulista é o melhor exemplo desse nivelamento do futebol em que grandes e médios podem se confundir. Depois do Corinthians foi a vez do São Paulo e, depois, do Palmeiras. Será que o Santos cairá na final para o Ituano? Pelo que se tem visto, o Santos conseguiu ser um pouco superior com uma bem sucedida renovação e esquema veloz. Oswaldo de Oliveira anda bem e teve até sorte em colocar Yuri no lugar de Damião e ele resolver em cinco minutos.

MOURINHO COMEÇA A PERDER AS ESTRIBEIRAS

Sabe-se que José Mourinho é um bom técnico e também temperamental, mas, nos últimos tempos, ele escondia um pouco o seu sangue lusitano em um aparência pretensamente fria. Nada mais postiço. Está irritado com os vacilos do Chelsea e culpou a última derrota pela falta ‘daquilo roxo’ no time em uma livre adaptação para o vernáculo tropical. Esse gajo decididamente já não é mais o mesmo.

Você pode gostar