Por pedro.logato

Rio - Os cartolas do Rio deram um duro danado para que esse Estadual fosse um dos piores de todos os tempos e conseguiram boa parte dos seus objetivos com estádios vazios, jogos horríveis, reservas no lugar de titulares, estádios e horários muito ruins. Até mesmo o jogo final viu a bola mal-tratada e faltou muita qualidade para as duas equipes. O nível de arbitragem, sempre abaixo da crítica, bateu ponto de novo e voltou a se destacar negativamente com excesso de cartões e um erro grave que decidiu o título. Mas, com tudo isso, o futebol sempre encontra uma válvula de escape.

Por todas as circunstâncias do jogo final, ele será inesquecível pelo seu drama: Vasco quase campeão, o gol ilegal no minuto final, a imensa alegria da torcida do Flamengo, as gozações e a tristeza infinita da martirizada galera vascaína. Isso é o futebol, um esporte diabólico que resiste a tudo, que é capaz, mesmo em um jogo ruim, de arrebatar pela rivalidade que é a sua sobrevivência eterna. Por isso, os Estaduais não podem acabar, precisam apenas de fórmula mais inteligente e enxuta.

Flamengo conquistou o 33º título carioca em sua históriaCarlos Moraes / Agência O Dia

RESCALDO

O Vasco deve urgentemente esquecer a crueldade da perda desse título, azar, arbitragem e etc. Porque será perda de tempo. Melhor focar no que pode ser feito para subir a qualidade do time e, em breve futuro, encarar o Flamengo com mais força, sem depender de ficar segurando um jogo com desespero até o fim. Já houve um avanço em relação ao ano passado. Tudo indica que a série B será ocasional, mas é urgente planejar um Vasco poderoso que se livre dos complexos contra os seus fantasmas.

BARATA VOA

Maurício Assumpção chegou à conclusão que estava quase tudo errado, demitiu muita gente do futebol e sobrou até para Bolívar, o que é estranho e talvez se explique por sua liderança em reivindicar salários atrasados e incentivar greves. O problema é que o elenco se enfraquece. Até porque sem cumprir compromissos não se chega a lugar nenhum. Se o Botafogo escapar do rebaixamento no Brasileiro talvez já fique de bom tamanho nesse 2014 lamentável.

DEIXA ESTAR

João Havelange disse certa vez que os erros de arbitragem fazem parte do futebol e são até bem-vindos porque perpetuam as discussões e incendeiam ainda mais as paixões.Pode ser, mas não dá para comemorar erros e incompetência. O futebol é lento nas mudanças e até a introdução do chip na bola caminhou a passos de tartaruga. Há quem defenda o direito de revisão de um lance na TV para nova avaliação da arbitragem, o que evitaria, por exemplo, erro em impedimento.

O SÍMBOLO

Léo Moura é o próprio símbolo do Flamengo heroico, lutador, que jamais desiste e, no seu caso, com a qualidade de resolver as situações com um toque de classe. Na decisão, ele foi um dos jogadores mais aplicados e soube usar a liderança o tempo todo.Não pôde salvar a pátria contra o Léon porque também não é santo. O seu escanteio para a para a cabeçada de Wallace foi perfeito e ele vai fechando um longo ciclo de triunfos e de identificação com o clube.

ESTÁ PIOR DO QUE SE IMAGINAVA

Se os dirigentes do Barcelona precisam estar preparados para uma fase problemática, de crise e cobranças, o mesmo pode se falar da torcida. Grandes times não duram para sempre e não há uma longa fase excepcional sem quebras de rendimento. Não é por isso que se deve partir para a intolerância ou manifestações de ódio. As quase agressões a pessoas da Comissão Técnica e atos racistas contra Neymar são o fim da picada e podem até abreviar a permanência por lá do nosso craque.

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